Seleção de handebol apela ao Facebook para atrair público no Mundial em São Paulo
Antes do Mundial feminino de handebol em São Paulo começar, uma das grandes preocupações da organização era quanto à presença do público nos ginásios, já que o esporte não tem tanto apelo quanto o futebol e o vôlei. Ao menos no Ibirapuera, onde o Brasil disputa seus jogos, uma surpresa boa: a torcida compareceu em número maior do que o esperado e tem apoiado bastante a seleção, que encerrou a primeira fase em primeiro do Grupo C e, nesta segunda-feira, disputa as oitavas de final, contra a Costa do Marfim.
Como não houve tanta divulgação do torneio, as jogadoras assumiram uma nova função: chamar o público para as partidas. Para fazer isso, a maioria delas, como Dani Piedade e Jéssica, passou a utilizar o Facebook para aumentar o contato com as pessoas e pedir apoio. Até agora, tem dado certo. Na histórica vitória a França, por 26 a 22, cerca de 3.500 pessoas estiveram no ginásio, entre familiares, amigos e fãs do handebol.
"Antes dos jogos a gente posta no Facebook, chama a galera, pede para irem vestido de verde e amarelo. Está indo mais gente nos jogos por causa da nossa divulgação, com certeza. Eu pelo menos não vi outro jeito de divulgar o torneio e atrair a torcida", afirmou Jéssica, uma das mais novas do grupo, e também uma das que mais utiliza a rede social.
GOL DE GOLEIRA A 1S DO FIM DÁ VITÓRIA AO BRASIL NO DUELO CONTRA A TUNÍSIA
Garantida na 1ª colocação do grupo C do Mundial de Handebol Feminino, a seleção brasileira venceu a já eliminada Tunísia de forma dramática e manteve a invencibilidade na fase de classificação, com a vitória por 34 a 33 . O Brasil ficou atrás no placar desde a metade do primeiro tempo e só conseguiu a virada no último lance da partida, com gol da goleira reserva Babi, após arremesso de sua própria área.
A jogadora, aliás, revelou que está pensando em criar uma segunda conta na rede social, pois os fãs e torcedores estão lotando seu primeiro perfil, o que, segundo ela, tem até mesmo dificultado o contato com os familiares. "Está complicado. O público manda muita mensagem de carinho, de apoio, fica difícil de entrar e falar com meus familiares. É muito desconhecido pedindo para ser amigo, deixa de ser um perfil pessoal", afirmou Jéssica.
Dani Piedade, uma das principais jogadoras da seleção no Mundial, tem postura diferente. Ela passou a aceitar todos os pedidos de amizade em sua conta no Facebook. Rapidamente, principalmente durante a competição em São Paulo, atingiu o número máximo de amigos (5 mil). Após a vitória sobre a França, depois de estar perdendo por 17 a 10 no primeiro tempo, as mensagens de apoio e carinho aumentaram ainda mais, segundo ela revelou após o triunfo sobre a Romênia, na quinta-feira.
Mas se as brasileiras estão contentes com o número de torcedores que comparecem ao Ibirapuera, os rivais estão, no mínimo, estranhando a situação de ter "apenas" 3 mil pessoas no ginásio. Radu Voina, técnico da seleção romena, comentou sobre isso após a derrota para o Brasil. "Em nosso país estamos acostumados a jogar para 13 mil pessoas, então é estranho ver tantos lugares vazios na arquibancada. Mas é aceitável, já que o Brasil é o país do futebol. Estão de parabéns pelo que estão conseguindo", declarou.
Morten Soubak, dinamarquês que comanda a seleção brasileira, mostrou-se contente com a presença dos torcedores, mas convidou a torcida para que, a partir das oitavas de final, compareça ainda mais. "A torcida nos apoia muito, nos dá muita força. Mas acho estranho em um país onde há tantos clubes de handebol, e o esporte é um dos mais praticados nas escolas, não haja mais pessoas interessadas em estar aqui. Ainda tem muito espaço vazio", disse Soubak.
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