Dani Piedade supera AVC e medo para jogar o Mundial de handebol
A seleção brasileira que vai disputar o Mundial feminino de handebol de 2013 - o início está marcado para 5 de dezembro -, carregará consigo uma enorme história de superação. Convocada para integrar a equipe que viajará para a Sérvia, a pivô Dani Piedade chegará ao torneio 14 meses depois de um AVC e de deixar para trás um medo enorme de não conseguir voltar ao esporte.
Dani sofreu o AVC (acidente vascular cerebral isquêmico) no dia 29 de setembro de 2012, durante o aquecimento do Krim Ljubljana, time que ela defende na Eslovênia. Até hoje, a causa do problema ainda é um mistério.
“Não sei dizer o que causou o problema. Fiz todos os exames possíveis, na Eslovênia e no Brasil, e ninguém encontrou nada”, relatou a pivô ao UOL Esporte.
Quando o problema aconteceu, Dani estava sozinha na Eslovênia. O então namorado dela, austríaco, chegou ao país no dia seguinte. Os pais dela também viajaram para lá – a mãe da pivô passou um mês com ela até que a atleta fosse liberada para voltar ao Brasil.
“Foi uma mistura de sentimentos. Quando o problema aconteceu eu falava com o meu técnico sobre voltar a treinar na semana seguinte. Depois que o médico explicou o que aconteceu e eu entendi a gravidade, vi o quanto a coisa foi séria e tive um choque”, contou a jogadora.
“Aí você começa a se fazer um monte de perguntas. Primeiro eu quis saber se voltaria a estar 100%, independentemente do prazo. Depois, em quanto tempo”, completou.
Na primeira quinzena de dezembro, a atleta já havia retomado os treinamentos em São Paulo. “Eu tive medo, muito medo, mas o médico me disse para ficar tranquila. Eu sou uma pessoa muito ansiosa e por isso tive momentos de decepção. Mas também sou muito positiva e tive pessoas que me ajudaram muito a passar por isso”, afirmou.
O que aconteceu mudou de forma radical o cuidado de Dani Piedade com a própria saúde: “Estou me preocupando muito mais. Se eu tenho qualquer dorzinha, já quero resolver o problema. Por ser atleta, ainda mais por nunca ter tido uma lesão, você começa a pensar, até inconscientemente, que é feito de aço. Quando aconteceu, percebi que sou uma pessoa que pode ter qualquer coisa”.
O retorno à Eslovênia aconteceu no dia 18 de janeiro deste ano. Dani Piedade fez alguns treinos longe do grupo e voltou a jogar em 30 minutos de uma partida da Liga Eslovena. No dia 2 de fevereiro, o Krim Ljubljana teve uma partida por uma competição europeia. A brasileira já estava integrada normalmente ao grupo.
“Todo mundo ficava me perguntando como eu estava, como eu me sentia, mas eu estava superbem. Não tive medo ou receio de voltar”, disse a brasileira.
No fim de maio, a pivô voltou a ser convocada para a seleção brasileira. Ela participou de dois amistosos contra a Áustria, em Cabo Frio (RJ) e Vitória (ES).
“Ali foi uma emoção. Agradeci demais a toda a equipe por me ter me dado a oportunidade. Não pensava que isso aconteceria”, admitiu Dani. “As meninas também ficaram muito felizes. Algumas choraram, até porque era difícil acreditar na minha volta”, completou.
A seleção brasileira realizou no último mês uma série de treinos na Áustria. Ainda em novembro, a equipe vai se apresentar para a disputa do Mundial da Sérvia.
Aos 34 anos de idade, Dani Piedade tem o Mundial como grande objetivo para este ano. No entanto, a competição não vai encerrar as metas da pivô para a seleção brasileira.
“Para mim, tive vários motivos para continuar na seleção. Um deles é a chance de jogar em 2016, na minha casa, coisa que eu já havia sentido no Mundial de 2007. É uma sensação muito boa, que dá uma motivação gigante. Minha outra motivação é que depois do AVC eu quis me dar mais uma chance. Minha missão não está acabada”, finalizou a jogadora.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.