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'Não ter ganho medalha olímpica vai me perturbar para sempre', diz Morten

Morten Soubak comandando a seleção durante a Olimpíada do Rio de Janeiro - Franck Fife/AFP Photo
Morten Soubak comandando a seleção durante a Olimpíada do Rio de Janeiro Imagem: Franck Fife/AFP Photo

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

06/12/2016 06h00

Depois de sete anos à frente da seleção brasileira feminina de handebol e um título mundial conquistado, Morten Soubak deixou o cargo no último fim de semana. Sua aparição derradeira no banco de reservas foi em um torneio amistoso no Pará, que marcou o início da renovação do time nacional visando aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Renovação esta que não terá o seu dedo.

O dinamarquês de 52 anos decidiu que era hora de buscar novos ares após não receber respaldo da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Em setembro lhe foi oferecida uma extensão contratual até 31 de dezembro. E desde então, as conversas cessaram.

"Fizeram a proposta até o fim do ano e aceitei. Depois disso, não teve mais nenhuma conversa, nenhum telefonema. Como não houve procura, eu entendi que era um sinal que não me queriam mais. Um sinal que acaba aqui", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

"Em nenhum ano eu fui procurado pela Confederação. Sempre eu ia atrás para tratar desta renovação, que ocorria de ano a ano. Não vi nenhum projeto até agora para 2020", contou. "Já faz um tempo que tomei esta decisão. Agora é seguir em frente", completou.
 
Além do inédito título mundial em 2013, na Sérvia, Morten levou a seleção brasileira a duas quartas de final de Olimpíada. Em Londres-2012, o Brasil perdeu para a Noruega por 21 a 19. Na Rio-16, a algoz foi a Hoalnda por 32 a 23.
 
E não ter chegado ao pódio olímpico é algo que incomoda bastante o treinador.
 
"Tanto em Londres, quanto no Rio de Janeiro tínhamos equipe para buscar esta medalha. Isso é algo que vai me perturbar e me marcar para o resto da vida", confessou Morten.
 
Mas apesar destas duas decepções, o técnico vê muito mais fatos positivos em sua passagem pelo time nacional do que negativos. E isso é algo que ele faz questão de exaltar.
 
"Gostei muito de trabalhar com as meninas e só tenho a agradecer as que estão lá e também as que passaram. Foi uma experiência incrível. Colocamos o Brasil no mapa da modalidade, conseguimos desenvolvê-la aqui e fazer duas atletas (Alexandra e Duda) as melhores do mundo", afirmou o treinador.
 
O seu futuro ainda está indefinido. Morten diz que um agente está fazendo contatos e estudará propostas que possam surgir. Ele passará o fim do ano na Dinamarca e depois retornará ao Brasil. "Espero que quando eu voltar, tudo esteja resolvido", disse.
 
Morten não quis palpitar sobre quem seria o melhor treinador para assumir a equipe nacional a partir de agora. "Não tenho opinião nenhuma. Pode ser brasileiro ou estrangeiro. Tem muitos técnicos do Brasil com talento e absolutamente capazes para dirigir a seleção", analisou.