Federação irlandesa denuncia desaparecimento de documentos
A confusão no caso de doping do cavalo irlandês Waterford Crystal, ouro nas Olimpíadas de Atenas, não pára de crescer: poucas horas depois da FEI (Federação Eqüestre Internacional) confirmar que a amostra de urina do animal que seria processada como contra-prova sumiu, a federação irlandesa disse que sua sede foi invadida e que diversos documentos foram roubados.
A possível confirmação do doping de Waterford Crystal beneficiaria o brasileiro Rodrigo Pessoa. Saltando com Baloubet du Rouet, Pessoa ficou com a prata nas Olimpíadas, de Atenas, logo após o conjunto do cavaleiro irlandês Cian O'Connor. Caso Waterford Crystal seja eliminado, Pessoa herdará a medalha de ouro.
"É algo muito sinistro. O que está acontecendo é uma conspiração", disse a presidente da EFI (Federação Eqüestre da Irlanda, na sigla em inglês), Avril Doyle. A dirigente afirmou, em entrevista ao site da TV irlandesa RTE, que duas das cinco salas de escritórios que compõem a sede foram saqueadas.
"Muitos arquivos foram abertos, e alguns documentos sumiram", afirmou Doyle, ex-senadora e representante da Irlanda no Parlamento Europeu. A sede da EFI fica na condado de Kildare, próximo à capital Dublin.
A Irlanda corre o risco de perder sua única medalha de ouro conquistada nos Jogos Olímpicos de Atenas. A primeira amostra de urina apontou traços de substâncias proibidas pela FEI. O'Connor declarou inocência e exigiu que a contra-prova fosse avaliada.
Na segunda-feira, a FEI informou as partes interessadas no caso que a segunda amostra teria sumido no transporte de Paris para a Inglaterra, onde os exames seriam realizados. No dia seguinte, a entidade anunciou oficialmente o desaparecimento de uma das porções retiradas de Waterford Crystal.
A polícia do condado de Cambridge, local onde seriam avaliadas as amostras, disse que está investigando o desaparecimento da urina do cavalo. "A amostra nunca chegou", afirma a polícia em comunicado oficial. "A companhia entregou o pacote ao laboratório Newmarket. Só depois é que foi descoberto que um dos frascos estava faltando", disse o diretor do laboratório, Steve Maynard, em entrevista ao Irish Times.
Esquizofrenia e paranóia
A RTE teve acesso a um documento da FEI que identificava os medicamentos encontrados na primeira amostra do cavalo. Uma das drogas é a flufenazina, usada em humanos para tratar esquizofrenia, estados psicóticos, ansiedade e doença maníaco-depressiva. Já o zuclopentixol tem ação ainda mais forte no controle de sintomas psicóticos.
Segundo o farmacologista Martin Henman, do Trinity College de Dublin, ambas as drogas diminuem a quantidade de adrenalina e podem "acalmar e diminuir o nível de agitação em uma pessoa ou em um animal mais arredio", disse Henman à RTE. As drogas, que podem transformar cavalos mais nervosos em dóceis, são consideradas ilegais por facilitarem a performance do cavaleiro.
O'Connor e o veterinário do animal se recusaram a dizer quais seriam os sedativos utilizados em Waterford Crystal antes dos Jogos Olímpicos. Já a EFI disse que o cavalo foi tratado com um sedativo leve após sofrer uma lesão na pata no dia 22 de julho.
A possível confirmação do doping de Waterford Crystal beneficiaria o brasileiro Rodrigo Pessoa. Saltando com Baloubet du Rouet, Pessoa ficou com a prata nas Olimpíadas, de Atenas, logo após o conjunto do cavaleiro irlandês Cian O'Connor. Caso Waterford Crystal seja eliminado, Pessoa herdará a medalha de ouro.
"É algo muito sinistro. O que está acontecendo é uma conspiração", disse a presidente da EFI (Federação Eqüestre da Irlanda, na sigla em inglês), Avril Doyle. A dirigente afirmou, em entrevista ao site da TV irlandesa RTE, que duas das cinco salas de escritórios que compõem a sede foram saqueadas.
"Muitos arquivos foram abertos, e alguns documentos sumiram", afirmou Doyle, ex-senadora e representante da Irlanda no Parlamento Europeu. A sede da EFI fica na condado de Kildare, próximo à capital Dublin.
A Irlanda corre o risco de perder sua única medalha de ouro conquistada nos Jogos Olímpicos de Atenas. A primeira amostra de urina apontou traços de substâncias proibidas pela FEI. O'Connor declarou inocência e exigiu que a contra-prova fosse avaliada.
Na segunda-feira, a FEI informou as partes interessadas no caso que a segunda amostra teria sumido no transporte de Paris para a Inglaterra, onde os exames seriam realizados. No dia seguinte, a entidade anunciou oficialmente o desaparecimento de uma das porções retiradas de Waterford Crystal.
A polícia do condado de Cambridge, local onde seriam avaliadas as amostras, disse que está investigando o desaparecimento da urina do cavalo. "A amostra nunca chegou", afirma a polícia em comunicado oficial. "A companhia entregou o pacote ao laboratório Newmarket. Só depois é que foi descoberto que um dos frascos estava faltando", disse o diretor do laboratório, Steve Maynard, em entrevista ao Irish Times.
Esquizofrenia e paranóia
A RTE teve acesso a um documento da FEI que identificava os medicamentos encontrados na primeira amostra do cavalo. Uma das drogas é a flufenazina, usada em humanos para tratar esquizofrenia, estados psicóticos, ansiedade e doença maníaco-depressiva. Já o zuclopentixol tem ação ainda mais forte no controle de sintomas psicóticos.
Segundo o farmacologista Martin Henman, do Trinity College de Dublin, ambas as drogas diminuem a quantidade de adrenalina e podem "acalmar e diminuir o nível de agitação em uma pessoa ou em um animal mais arredio", disse Henman à RTE. As drogas, que podem transformar cavalos mais nervosos em dóceis, são consideradas ilegais por facilitarem a performance do cavaleiro.
O'Connor e o veterinário do animal se recusaram a dizer quais seriam os sedativos utilizados em Waterford Crystal antes dos Jogos Olímpicos. Já a EFI disse que o cavalo foi tratado com um sedativo leve após sofrer uma lesão na pata no dia 22 de julho.
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