Sumiço não acaba com chances de Pessoa, diz advogado
O desaparecimento da amostra B de urina do cavalo Waterford Crystal, montado pelo irlandês Cian O'Connor nas Olimpíadas de Atenas, vai atrapalhar, mas não acabar com as chances do brasileiro Rodrigo Pessoa herdar a medalha de ouro da prova de saltos.
A avaliação é do advogado Thomaz Mattos de Paiva, especialista em direito desportivo. Segundo Paiva, a falta da contra-prova deve ser explorada pela defesa de O'Connor, mas o irlandês só vai se livrar do "tapetão" se conseguir provar que houve algum erro na análise da primeira amostra.
"Ao contrário do que se pensa, a falta da amostra B não invalida o resultado da A", afirmou Mattos em entrevista ao UOL Esporte.
"As chances do Rodrigo Pessoa diminuem, porque agora não será possível tirar alguma dúvida do exame, mas a primeira amostra só pode ser contestada se forem apresentados argumentos que provem que a análise é inválida", diz.
Na última segunda-feira, a FEI (Federação Eqüestre Internacional) anunciou que a segunda amostra de urina colhida do cavalo Waterford Crystal, ouro em Atenas, teria sumido no transporte de Paris para a Inglaterra, onde os exames seriam realizados.
No primeiro exame, foi constatada a presença de substâncias proibidas na urina, que poderiam ter sido utilizadas para acalmar o animal durante a competição.
Mattos, que defendeu o velocista Sanderlei Parrela, acusado de doping às vésperas das Olimpíadas de 2000, afirma que o entendimento atual das federações internacionais e do CAS (Corte de Arbitragem do Esporte, na sigla em inglês) é de que a contra-prova é apenas necessária se houver uma avaliação posterior necessária para a condenação do atleta.
Esse foi o caso do ciclista norte-americano Tyler Hamilton, que, segundo o primeiro exame, recebeu uma transfusão de sangue irregular antes das Olimpíadas. A contra-prova, no entanto, foi processada erroneamente e Hamilton pode manter a medalha de ouro na prova contra o relógio.
"Não é o caso com o doping do Waterford Crystal", afirma. De acordo com o advogado, a diferença entre o exame do cavalo e do ciclista é que, no primeiro, trata-se de um doping "qualitativo", enquanto no segundo, a irregularidade é "quantitativa".
"O Tyler Hamilton foi pego pela contagem dos glóbulos vermelhos. Esse exame, no entanto, é sujeito a alterações, então a contra-prova é importante", diz Paiva. "Já o cavalo é uma questão simples: foram encontradas substâncias exógenas, que não podem ter sido produzidas pelo próprio cavalo. Não há necessidade para contagem".
O veterinário de Waterford Crystal, no entanto, discorda da avaliação de Paiva. Em entrevista ao jornal Irish Times, James Sheeran disse que a amostra B é necessária para demonstrar que o cavalo utilizou o medicamento muito antes das Olimpíadas, e que já não havia mais efeito durante a competição.
"Não é possível que tenham encontrado mais do que pequenos resíduos do medicamento", afirmou Sheeran. "A nova amostra provaria que as drogas não tinham mais efeito terapêutico sobre o cavalo, e acredito que seríamos considerados inocentes", completou.
No aguardo
O cavaleiro Rodrigo Pessoa, que deve herdar a medalha de ouro em caso de desclassificação de Cian O'Connor, tenta não comentar o assunto. "Vamos aguardar, pois não sei o que pode acontecer agora. Prefiro não falar muito, antes de tomar qualquer decisão é preciso saber o que a FEI vai decidir", disse, em entrevista ao UOL Esporte.
De acordo com o cavaleiro, a FEI não o informou sobre o caso desde segunda-feira, quando anunciou o sumiço da amostra. "Tudo o que sei é o que a imprensa divulgou. Mas não posso ficar pensando nisso, pois as Olimpíadas já passaram e ainda estou competindo", diz.
O cavaleiro, que montou Baloubet du Rouet nos Jogos, adianta que, se a FEI não tomar nenhuma atitude, o caminho é levar o caso ao CAS. "É possível. Não entendo como essa confusão toda pode não dar em nada", afirma Pessoa.
O irlandês Cian OŽConnor monta Waterford Crystal, pego em exame |
"Ao contrário do que se pensa, a falta da amostra B não invalida o resultado da A", afirmou Mattos em entrevista ao UOL Esporte.
"As chances do Rodrigo Pessoa diminuem, porque agora não será possível tirar alguma dúvida do exame, mas a primeira amostra só pode ser contestada se forem apresentados argumentos que provem que a análise é inválida", diz.
Na última segunda-feira, a FEI (Federação Eqüestre Internacional) anunciou que a segunda amostra de urina colhida do cavalo Waterford Crystal, ouro em Atenas, teria sumido no transporte de Paris para a Inglaterra, onde os exames seriam realizados.
No primeiro exame, foi constatada a presença de substâncias proibidas na urina, que poderiam ter sido utilizadas para acalmar o animal durante a competição.
Mattos, que defendeu o velocista Sanderlei Parrela, acusado de doping às vésperas das Olimpíadas de 2000, afirma que o entendimento atual das federações internacionais e do CAS (Corte de Arbitragem do Esporte, na sigla em inglês) é de que a contra-prova é apenas necessária se houver uma avaliação posterior necessária para a condenação do atleta.
Esse foi o caso do ciclista norte-americano Tyler Hamilton, que, segundo o primeiro exame, recebeu uma transfusão de sangue irregular antes das Olimpíadas. A contra-prova, no entanto, foi processada erroneamente e Hamilton pode manter a medalha de ouro na prova contra o relógio.
"Não é o caso com o doping do Waterford Crystal", afirma. De acordo com o advogado, a diferença entre o exame do cavalo e do ciclista é que, no primeiro, trata-se de um doping "qualitativo", enquanto no segundo, a irregularidade é "quantitativa".
"O Tyler Hamilton foi pego pela contagem dos glóbulos vermelhos. Esse exame, no entanto, é sujeito a alterações, então a contra-prova é importante", diz Paiva. "Já o cavalo é uma questão simples: foram encontradas substâncias exógenas, que não podem ter sido produzidas pelo próprio cavalo. Não há necessidade para contagem".
Pessoa monta Baloubet du Rouet durante prova nos Jogos Olímpicos de Atenas |
"Não é possível que tenham encontrado mais do que pequenos resíduos do medicamento", afirmou Sheeran. "A nova amostra provaria que as drogas não tinham mais efeito terapêutico sobre o cavalo, e acredito que seríamos considerados inocentes", completou.
No aguardo
O cavaleiro Rodrigo Pessoa, que deve herdar a medalha de ouro em caso de desclassificação de Cian O'Connor, tenta não comentar o assunto. "Vamos aguardar, pois não sei o que pode acontecer agora. Prefiro não falar muito, antes de tomar qualquer decisão é preciso saber o que a FEI vai decidir", disse, em entrevista ao UOL Esporte.
De acordo com o cavaleiro, a FEI não o informou sobre o caso desde segunda-feira, quando anunciou o sumiço da amostra. "Tudo o que sei é o que a imprensa divulgou. Mas não posso ficar pensando nisso, pois as Olimpíadas já passaram e ainda estou competindo", diz.
O cavaleiro, que montou Baloubet du Rouet nos Jogos, adianta que, se a FEI não tomar nenhuma atitude, o caminho é levar o caso ao CAS. "É possível. Não entendo como essa confusão toda pode não dar em nada", afirma Pessoa.
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