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Irlandês diz que não fez 'nada errado' em Atenas; Pessoa quer Pequim

Das agências internacionais<br/> Em Dublin (Irlanda)

28/03/2005 10h02

O irlandês Cian O'Connor disse que não cometeu nenhum erro no caso de doping de seu cavalo Waterford Crystal, medalha de ouro na prova de saltos nos Jogos Olímpicos de Atenas. O animal testou positivo para duas substâncias proibidas e, neste domingo, a FEI (Federação Internacional de Hipismo) cassou a vitória nas Olimpíadas. Com isso, o brasileiro Rodrigo Pessoa, que ficou em segundo, deve herdar o primeiro lugar.

Reuters 
Pessoa monta Baloubet du Rouet durante a prova de saltos nos Jogos Olímpicos
O'Connor afirmou que ficou satisfeito de que pelo comentário da FEI, que admitiu que as drogas não foram administradas para melhorar a performance do cavalo. "Vencer as Olimpíadas sempre foi meu objetivo e nunca fiz nada que colocasse em risco meu sonho. Eu nunca fiz nada errado. É um grande desapontamento não só para mim, mas para meus amigos e colegas, meu staff e meu país", disse o cavaleiro, em nota oficial.

A decisão aconteceu após uma reunião de 11 horas entre membros da FEI em Zurique, na Suíça. Além da possível perda do ouro, O'Connor, 25, foi suspenso por três meses de todas as competições internacionais e multado em 5 mil francos suíços (US$ 4.150).

O'Connor, que ganhou o único ouro da Irlanda em Atenas, disse que Waterford Crystal recebeu dois sedativos cerca de um mês antes das Olimpíadas como prevenção para lesões e, durante os Jogos, estava sob tratamento para um problema no "machinho" (cavalgaduras, parte posterior da junta da quartela, perto do casco).

A perda do ouro ainda não é definitiva. OŽConnor tem 30 dias para apelar da decisão junto ao COI (Comitê Olímpico Internacional) e, caso perca o recurso, ainda poderá tentar manter a medalha na CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), última instância do direito desportivo mundial. Até o momento, os advogados ainda não decidiram se vão apelar.

A COROAÇÃO DE PESSOA
Com essa nova medalha, o Brasil, que já havia conseguido o seu melhor resultado em Jogos Olímpicos, ganharia duas posições na classificação geral, ultrapassando Holanda e Noruega e pulando para 16º. Se o COI confirmar a mudança, o país passará a ter cinco medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze.

Agora, a medalha de ouro vai coroar de forma definitiva a redenção de Pessoa e seu cavalo, Baloubet du Rouet. A prata já era o melhor resultado obtido pelo país no esporte na história olímpica, e serviu para apagar o fracasso na Olimpíada de Sydney-2000, quando a série de refugadas do cavalo enterrou o sonho do ouro.

Em Atenas, o conjunto não tinha o mesmo favoritismo de quatro anos atrás. Na decisão da medalha individual, Pessoa carregava oitos pontos perdidos e cometer mais nenhuma uma falta. A dupla foi perfeita e ganhou a prata.
No entanto, a tendência é de que o COI aceite a indicação da FEI e oficialize o primeiro lugar para Rodrigo Pessoa sete meses após a final olímpica. Além disso, o norte-americano Chris Kappler seria confirmado como o novo medalhista de prata, enquanto Marco Kutscher, da Alemanha, ganharia o bronze.

Mesmo sem ter confirmado o ouro, Rodrigo Pessoa se mostra confiante em ficar com o primeiro lugar, mas decepcionado pela maneira como deve conseguir a vitória. "Não gostamos de vencer desta maneira. Definitivamente, daqui a três anos, em Pequim, tentaremos ganhar do jeito bom, do jeito correto", disse o brasileiro, em entrevista à rede irlandesa "RTE".

Em outubro, seis semanas após a vitória na Grécia, a FEI informou que o exame de urina de Waterford Crystal havia testado positivo para duas substâncias, flufenazina e zuclopentixol, ambas proibidas. As drogas são normalmente ministradas como calmantes.

No mês seguinte, em novembro, a FEI anunciou que a segunda amostra de urina colhida do cavalo teria sumido no transporte de Paris para a Inglaterra, onde os exames seriam realizados. Mas depois confirmou o doping.

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