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Dividido entre o tatame e projeto, Flávio Canto diz que briga por 2012

Maurício Dehò<br>Em São Paulo

23/10/2009 07h00

O judoca Flávio Canto viveu um longo período de baixa, após ter chegado badalado aos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Após a contusão na competição, enfrentou cirurgias e demorou a voltar à velha forma, ficando fora inclusive do Mundial recentemente disputado na Holanda. Atualmente, ele cuida de seu projeto social em comunidades carentes, mas não deixou de lado as lutas e, inclusive, lutará para retomar seu posto na seleção.

  • AFP

    Canto espera recuperar uma vaga na seleção e planeja acompanhar seus pupilos em 2012 e 2016

"Este é um ano em que estou voltando, depois de todos os problemas pelos quais passei. Tenho alguns pontos para receber e competições a fazer, e espero terminar o ano entre os dez primeiros do ranking", disse ele, em evento em que foi anunciado como um dos patrocinados pela marca de bebidas energéticas TNT. César Cielo, Minotauro e as gêmeas do nado foram outras participantes.

Para que cumpra a meta, Flávio Canto tem uma briga política em curso - todos os brasileiros são atingidos. O problema é que a Federação Internacional de Judô (FIJ) alterou a entidade que comanda a modalidade nas Américas. Este ano, ele disputou o Pan de Judô e teria 108 pontos a ganhar para o ranking. No entanto, a competição foi feita pela União Pan-Americana, hoje substituída na FIJ pela Confederação Pan-Americana. Os pontos não foram contados na lista da entidade.

Nesta confusão, Canto aparece apenas na 26ª colocação, sendo que os pontos o deixariam em 12º. Com competições a fazer, ele poderia entrar para o top 10.

"Claro que fiquei chateado de não ter ido ao Mundial deste ano", disse ele, que viu Nassif Elias pegar sua vaga na categoria até 81 kg. "Mas ano que vem, estando bem posicionado, eu fico entre os cabeças-de-chave das competições e isso ajudará".

Tanto para 2012 quanto para 2016 - quando não terá mais idade para lutar em alto nível -, Canto não pensa só em si para as Olimpíadas. Isso por causa do Projeto Reação, que tem revelado bons talentos no Rio, como Rafaela Silva, jovem que ficou a uma vitória do bronze no Mundial de Roterdã, e sua irmã Raquel.

"Elas já são uma realidade. Não quero colocar pressão, mas seria maravilhoso vê-las campeãs em Londres", disse ele ele. "O projeto está em uma fase que não queremos ampliá-lo. Não queremos um patrocinador que fique dois anos e vá embora, até pela política de não 'desadotar' atletas. Este gancho de 2016 vai acelerar também a capacitação dos mais novos até lá."

Além de lutar, com seus pupilos Canto tem aumentado a experiência como técnico e motivador. Apesar disso, ele descarta ser técnico principal do time para os Jogos do Rio.