Sarah Menezes surpreende, desbanca Poliana Okimoto e leva o Brasil Olímpico

Poliana Okimoto era a grande favorita, mas não venceu. A judoca Sarah Menezes conquistou nesta segunda-feira o troféu de melhor atleta do ano durante o Prêmio Brasil Olímpico, realizado no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Para ficar com o título,a piauiense desbancou a nadadora e a taekwondista Natália Falavigna.

Se entre os homens a vitória de César Cielo já era dada como certa, entre as mulheres o favoritismo de Poliana Okimoto concorria com o grande apelo popular de Sarah, que contou com uma verdadeira mobilização popular no Piauí. Incentivados pelo governador Wellington Dias (PT), cidadãos do Estado votaram em massa na judoca, o que levou Poliana a criticar o formato da eleição dos vencedores do prêmio concedido pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

“Seria interessante que as pessoas que estão dentro do esporte, como jornalistas e dirigentes, tivessem maior peso nessa votação”, questionou Poliana Okimoto, pouco antes do início da cerimônia desta segunda-feira. “Concordo com esse processo de votação. Já passou pelo comitê, pelas confederações, e agora é a vez de a população se envolver. Isso ajuda o esporte a crescer por aqui”, respondeu a judoca.

E foi justamente o povo piauiense o principal tema no discurso de agradecimento de Sarah no palco montado no Maracanãzinho. "Sou nascida e criada no meu Estado, e não precisei abandoná-lo para treinar nos grandes centros e me tornar uma atleta olímpica", declarou a judoca em uma parte de seu extenso discurso. "Estou muito feliz com esse prêmio, é um incentivo a mais na minha vida de atleta".

Além de ficar com o título de melhor atleta do ano no judô, Sarah ficou entre as três finalistas do prêmio principal em razão, sobretudo, de seu bicampeonato mundial júnior. A jovem atleta conquistou, ainda, três medalhas internacionais na categoria ligeiro (até 48 kg) em etapas da Copa do Mundo: ouro em Madri e Lisboa e prata em Belo Horizonte. Para completar, a judoca foi bronze nos Grand Slams de Rio de Janeiro e Tóquio, além de bronze no Pan-Americano de Buenos Aires.

A vitória de Sarah foi apenas a segunda conquista do judô no Prêmio Brasil Olímpico. Antes dela, somente João Derly, em 2005, havia ficado com o título.

Melhor técnico

Mas se Poliana Okimoto ficou sem o troféu de melhor esportista feminina de 2009, seu técnico e marido, Ricardo Cintra, conquistou o título de melhor treinador do ano.

“Este ano foi uma loucura”, avaliou Cintra. “Nós chegávamos, ficávamos cinco dias em casa e já tínhamos que viajar de novo. No ano que vem, vamos fazer algo um pouco mais calmo, vamos viajar menos e nos focar no Mundial [de Maratonas Aquáticas, em julho de 2010, no Canadá]”.

O treinador ainda fez questão de elogiar sua pupila e dar suas justificativas para o salto de qualidade da nadadora. “A grande diferença da Poliana desse ano para a Poliana do ano passado nas Olimpíadas é que ela começou a acreditar. Como competiu muito contra atletas de fora, ela parou de ter medo. Antes, quando via a russa [Larisa Ilchenko], já pensava que não era possível vencer. Hoje, ela ganha dela algumas vezes”.