Judô se moderniza em busca de popularidade, mas nega espelhar-se no UFC
As competições de judô se modernizaram. Os tradicionais ginásios foram invadidos por inovações como placares eletrônicos, animadores de torcida, novos formatos de disputa e a criação de um ranking. Marketing e organização de eventos ganharam mais atenção.
A inspiração para isso pode estar em uma outra modalidade, também de luta. O Ultimate Fighting Championship, a mais bem-sucedida franquia do vale-tudo em popularidade, aponta que esportes como o judô olharam para o seu sucesso antes de se modernizar.
"O UFC está na vanguarda dos esportes de combate em termos de exposição internacional. É natural que outros olhem para o que estamos fazendo e nos sigam", disse à Folha de S.Paulo o presidente do UFC, o americano Dana White.
Estrelas do esporte e do cinema são vistas em seus eventos, que ocorrem quinzenalmente, em sete países e quatro continentes. O 'formato' desses shows lembra o de videogames. A modalidade agora possui denominação mais politicamente correta: mixed marcial arts (artes marciais mistas).
"Os jovens têm hoje muitas opções, da internet aos celulares, passando pela TV. É importante para os esportes se atualizarem para se manterem atraentes à próxima geração", declara White.
A Federação Internacional de Judô, que montou pacote de alterações para aproximar o esporte de mídia e público, porém, nega que tenha se inspirado na outra luta.
"[O vale-tudo] não teve o menor peso na modernização do judô", explica Stefan Vlad Marinescu, assistente do presidente, que está no Rio para acompanhar o Grand Slam de judô, que termina neste domingo, e a Copa do Mundo, em São Paulo. "O que aconteceu foi que coincidiu de o [novo presidente da FIJ] Marcus Vizer ser eleito recentemente e começar a fazer mudanças".
As mudanças no judô não alteraram só o formato dos eventos. Os atletas também assistiram a mudanças nas regras e ganharam mais competições de ponta para disputar anualmente.
"O judô não é só um esporte. Ele transcende isso. Ele é educacional, traz ideais para a sociedade", diz Marinescu. "UFC não é esporte, é um tipo de competição. Veja a mensagem que ele passa. Jamais sacrificaremos o ideal de Jigoro Kano [criador do judô] pela popularidade".
De toda forma, o judô sofreu ao menos uma baixa importante recentemente. O campeão olímpico em Pequim-2008, o japonês Satoshi Ishii, 23, abandonou os tatames e foi disputar campeonatos de vale-tudo.
"Os jovens passaram a vê-lo como uma carreira viável no esporte profissional. Acho que os dirigentes do judô deveriam colaborar, pois, se um atleta seu chega ao UFC, é como se fosse propaganda gratuita para eles no cenário mundial", diz White.
"Foi um caso isolado. E sim, [aparecer em seus shows] seria uma propaganda. De como o judô forma bem os seus atletas. Veja onde estaremos [o judô] daqui a cinco anos", diz Marinescu.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.