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Melhor judoca do BR no ano, Baby usa MMA para se transformar e 'atacar' rivais

Revelação Rafael Silva (d) foi o melhor judoca brasileiro no circuito europeu de 2011 Imagem: IJF/Divulgação

Rodrigo Farah

Em São Paulo

15/03/2011 07h00

Os 2,03 m de altura e os 150 quilos mascaram a fala tranquila e o perfil sossegado de Rafael Silva. Melhor judoca do Brasil na temporada, o peso pesado nem parece ser um lutador profissional e chega a ser chamado de “Baby” por causa de seu estilo amansado. Mas o atleta de 23 anos tem uma estratégia antes do combate para driblar sua passividade. Nos momentos em que espera para entrar no tatame, o paranaense assiste a vídeos de MMA e transforma a calma em agressividade para derrotar os rivais.

“Sou um cara muito tranquilo, então preciso mudar antes de lutar. Nos dias dos campeonatos, eu assisto aos melhores momentos das lutas de MMA. Ver os caras batendo me dá mais agressividade e me ajuda a entrar no clima para vencer”, afirmou o atleta em entrevista ao UOL Esporte.

A tática do judoca tem dado certo. Rafael Silva fechou o circuito europeu no início de 2011 com os melhores resultados da seleção brasileira. Ao todo, Baby conseguiu três medalhas: ouro na Copa do Mundo de Budapeste e dois bronzes, no Grand Prix de Dusseldorf e na Copa do Mundo de Varsóvia.

“Assisti aos vídeos antes dessas lutas. Sempre os deixo separados no meu notebook. Depois que eu acordo, começo a assistir até a hora de sair do hotel. Aí entro no clima muito mais fácil”, completou o atleta, que subiu para o 15º lugar do ranking mundial com os resultados.

O curioso é que Rafael Silva começou a praticar o judô bem tarde. Enquanto a maioria dos atletas de ponta inicia a modalidade entre os cinco e oito anos, o paranaense de Rolândia subiu no tatame pela primeira apenas quando tinha 15 anos.

Mas foram necessários apenas dois anos de treino para ele ganhar sua primeira grande chance. Beneficiado pelo tamanho avantajado, Rafael recebeu o convite para se mudar para São Paulo e integrar a equipe do Projeto Futuro. Foi lá que ele recebeu o nome de Baby, devido ao perfil introspectivo. “Nem entendi o apelido no começo”, declarou.  

E também foi por lá que ele subiu de nível até se tornar profissional, um ano depois. “Quando cheguei no Projeto, não sabia nem andar no tatame. Fui aprendendo golpe por golpe, um de cada vez. Ainda tenho muitas dificuldades por ter começado tarde. Os golpes não vêm de maneira natural para mim, então tenho que fazer as coisas básicas muito mais do que os outros”, explicou o lutador.

Agora, Baby se prepara para a disputa do Campeonato Pan-Americano de Guadalajara-MEX no fim do mês. Depois, ele voltará a atenção para os Jogos Pan-Americanos, no mesmo local, e para o Campeonato Mundial, em Paris.

Todos os torneios seguem como base na conquista de pontos para a classificação para as Olimpíadas de Londres-2012.

Enquanto isso, Rafael Silva continua acompanhando o MMA e não descarta trocar de esporte quando encerrar seu ciclo olímpico. “Quem sabe? É algo que eu gosto muito”, concluiu Baby, que admitiu que ser fã de lutadores como Anderson Silva, Vitor Belfort e Ricardo Arona.

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