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João Derly testa 'mutação' em última cartada para chegar a Londres-2012

João Derly terá que se adaptar a novas regras e a uma nova categoria do judô - Sergio Moraes/Reuters
João Derly terá que se adaptar a novas regras e a uma nova categoria do judô Imagem: Sergio Moraes/Reuters

Rodrigo Farah

Em São Paulo

25/03/2011 07h00

Foram duas cirurgias no joelho, 16 meses longe dos campeonatos e quase nenhuma experiência sob as “novas” regras do judô. João Derly voltará a competir neste sábado com muitos obstáculos a serem superados. Obrigado a subir no tatame com um estilo de luta totalmente diferente, o gaúcho tentará retornar à seleção brasileira na seletiva de Vitória-ES em sua última cartada para ir aos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

KETLEYN QUADROS TAMBÉM BRIGA PARA MANTER CHANCES DE LONDRES-2012

  • Folha Imagem

    Medalhista de bronze em Pequim-2008, Ketleyn Quadros será outra que tentará seguir na seleção para manter chances de disputar os Jogos de 2012. A exemplo de Derly, a atleta do peso meio-leve também terá três rivais neste sábado

O atleta de 29 anos foi submetido à primeira cirurgia no joelho direito no fim de 2009. Quando estava se preparando para voltar a competir seis meses depois, ele sentiu novas dores e precisou passar por outra operação.

O longo período afastado dos tatames impediu o atleta de realizar uma boa adaptação aos torneios com as novas regras do judô. Desde 2009, foram proibidas as catadas na perna, sua principal arma ofensiva.

“Ele vai ter que mudar seu estilo de luta, mas também conta com outras técnicas. No judô, não é só a parte dos ataques que conta. Ele é muito bom na defesa dos golpes e dificilmente cai. O tempo de preparação não foi o ideal, mas ele não foi bicampeão mundial à toa e pode se sair muito bem”, analisou o técnico do judoca, Kiko Pereira, ao UOL Esporte.

João Derly disputará uma das vagas reservas na seleção contra outros três adversários: Marcelo Contini, Leonardo Luz e o companheiro de treinos Moacir Mendes. Se não conseguir triunfar, o judoca não poderá defender a seleção fora do país e nem somar pontos no ranking a tempo de disputar a vaga nos Jogos Olímpicos.

“Ele precisaria de mais treinos para se adaptar. Faltou pegar no quimono mesmo. Só que este tempo de retomada precisará ser encurtado, pois não há tempo a perder”, completou Kiko.

Não bastasse o período fora de atividade, Derly ainda terá que se acostumar rapidamente a uma nova categoria. Depois de integrar a seleção nos pesos ligeiro (60 kg) e meio-leve (66 kg), o gaúcho iniciará uma nova empreitada na classe leve (73 kg).

“Se fosse fácil, não seria comigo. Estou voltando a competir em um bom nível e vindo de uma preparação muito boa. Não estou 100%, mas ao longo das competições irei adquirir um ritmo legal’’, comentou o ateta.

MELHOR JUDOCA DO BR NO ANO, BABY USA MMA ANTES DAS LUTAS

  • fij/dIVULGAÇÃO

    Os 2,03 m de altura e os 150 quilos mascaram a fala tranquila e o perfil sossegado de Rafael Silva. Melhor judoca do Brasil na temporada, o peso pesado nem parece ser um lutador profissional e chega a ser chamado de “Baby” por causa de seu estilo amansado. Mas o atleta de 23 anos tem uma estratégia antes do combate para driblar sua passividade. Nos momentos em que espera para entrar no tatame, o paranaense assiste a vídeos de MMA e transforma a calma em agressividade para derrotar os rivais.

Outro nome de peso que participará da competição será Ketleyn Quadros, a primeira brasileira a subir no pódio olímpico em uma modalidade individual. A terceira colocada dos Jogos de Pequim-2008 ainda luta para voltar ao topo da categoria até 57 kg diante de outras três rivais: Giullia Penalber (RJ), Mariana Barros (SP) e Flávia Rodrigues (SP).

"Estou lidando bem com a pressão pelo resultado. É uma seletiva decisiva, mas estou com uma boa expectativa. Venho de competições internacionais fortes e treinando bem. Desde que ganhei a medalha em Pequim, tive sempre que voltar para a seleção através de uma seletiva e vejo isso como positivo, pois me mantém sempre ligada", afirmou Ketleyn ao site oficial da CBJ.