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Érika Miranda supera corte na Vila Olímpica em 2008 e coroa redenção do judô feminino

Érika Miranda fez história ao conquistar a medalha de ouro no Grand Slam do Rio Imagem: Fotocom/Divulgação

Guilherme Coimbra

No Rio de Janeiro

18/06/2011 21h00

A medalha de ouro de Érika Miranda no Grand Slam do Rio foi a primeira feminina do Brasil nas quatro principais competições do judô mundial (Olimpíada, Masters, Mundial e Grand Slam). O ouro conquistado pela judoca de Brasília teve um duplo sabor. Além da redenção da atleta de Brasília, cortada poucos dias antes das Olimpíadas de Pequim, coroou um trabalho de seis anos de planejamento do judô feminino brasileiro.

Em agosto de 2008, Érika desembarcou em Pequim com dores no joelho direito. Exames detectaram uma lesão nos ligamentos cruzado anterior e colateral. A atleta foi substituída por Andressa Fernandes, numa decisão difícil para a comissão técnica.

“Foi sem dúvida o pior momento da minha vida”, comentou Rosicléia Santos, técnica do feminino. “Foi muito triste ver a Erikinha segurando na minha perna pedindo 'pelo amor de Deus, me deixe lutar'", completou.

Ney Wilson, coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), faz coro com Rosicléia. “A pior situação que eu já vivi foi cortá-la dentro da vila olímpica”, desabafou depois da vitória de Érika no Grand Slam do Rio. “Agora ela está mostrando a sua cara. Foi um presente grande para ela chegar com muita confiança e chance de medalha em Londres.”

Érika suportou com grandeza o corte. Com a medalha de ouro no peito, a judoca comentou o quanto aprendeu nos últimos três anos.

“O esporte ensina isso. A gente tem que ter superação todos os dias”, comentou. “Se eu tivesse me entregado, hoje não estaria sentindo o gosto da vitória novamente. Estava batendo na trave nas outras competições e agora vi que tenho que ter paciência. Acho que vou dormir com a medalha.”

O ouro de Érika e as medalhas de prata de Rafaela Silva e Sarah Menezes fizeram com que, sem nenhuma medalha no masculino, o Brasil já garantisse no sábado o melhor resultado desde a criação do Grand Slam, há três anos.

“A mentalidade mudou de 2005 para cá”, explica Rosicléia Santos. “O primeiro passo foi separar o judô feminino do masculino. Eu fui atleta e vivi isso na pele. A gente era comparada o tempo todo com o masculino. Hoje os investimentos são iguais. A gente está colhendo os frutos de ter decidido lá atrás fazer esse trabalho específico no judô feminino”, completou a treinadora brasileira.

 

QUADRO DE MEDALHAS APÓS O PRIMEIRO DIA DE GRAND SLAM

PaísOuroPrataBronze
1º - Japão402
2º - Brasil120
3º - Romênia101
3º - Rússia101
5º - Itália020
6º - França015

 

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