Chamado no último momento, João Gabriel troca ingresso por medalha de ouro no judô
Das onze medalhas do Brasil no Grand Slam do Rio de Judô, nenhuma foi mais surpreendente do que a de João Gabriel Schlittler. Na quinta-feira, o judoca de 26 anos estava pedindo um convite para assistir à competição da arquibancada. No dia seguinte, soube que estava na equipe. No domingo, saiu do Maracanãzinho com a medalha de ouro no peito, derrubando um campeão olímpico pelo caminho.
“O João vinha de dois anos com uma série de lesões, parando e voltando”, conta Ney Wilson, coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). “Investimos bastante nele num primeiro momento no final do ano passado. A gente esperava que ele tivesse tido um melhor resultado na seletiva, onde nós estávamos definindo critérios de investimento. Ele não correspondeu, mas por outro lado, não desanimou.”
Fora do Grand Slam, João Gabriel seguiu a sua rotina de treinos, buscando recuperar a forma para voltar a brigar por pontos no ranking mundial. Pouco antes da competição, ligou para o coordenador técnico para saber se poderia treinar com o grupo.
“Na quinta-feira, ele estava me pedindo um convite e na sexta de manhã eu dei a notícia de que ele estava dentro do Grand Slam”, revela Ney Wilson.
João Gabriel entrou na equipe no lugar de Leandro Gonçalves, que sofreu uma torção no tornozelo esquerdo no quinta-feira à tarde.“Eu fui para a concentração da seleção para visitar os amigos”, conta João. “Entrei no Grand Slam sem expectativa, para dar o meu melhor e ver como é que eu estava. Graças a Deus fui surpreendido e o resultado foi melhor do que eu pensava. Entrei na competição e já peguei de cara um campeão olímpico, [o japonês Keiji Suzuki], sexto do ranking, mas vi que a força estava equivalente e consegui uma boa vitória.”
O ouro no Grand Slam do Rio reavivou as esperanças de conseguir uma vaga olímpica. João somou 300 pontos no ranking. Em julho, vai disputar duas etapas da Copa do Mundo (Venezuela e El Salvador), que valem menos que o Grand Slam.
“Talvez o mais importante dessa vitória foi ver que posso voltar a subir no ranking”, comenta o atleta. “Antes do Grand Slam, eu não tinha parâmetro. Agora sei que posso render em competições de alto nível.”
O resultado é o melhor da carreira do atleta, cujas conquistas principais eram a prata no Pan de 2007 e o bronze no mesmo ano no Mundial do Rio.
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