Rafaela Silva é prata e Japão volta a impedir título mundial do Brasil

Aos 19 anos, Rafaela Silva quase conseguiu um feito inédito nesta quarta-feira. Após uma campanha perfeita até a final do Mundial de Paris, ela caiu contra a japonesa Aiko Sato. Pelo segundo dia seguido, uma atleta do Japão impediu um feito inédito para o Brasil em Mundiais.

Na terça-feira, a piauiense Sarah Menezes estava bem na luta pelo primeiro ouro feminino do Brasil na competição. Na semifinal, porém, a japonesa Haruna Asami aproveitou um descuido da brasileira, conseguiu o ippon e foi à final – ela terminou como campeã, após bater a compatriota Tomoko Fukumi. Sarah terminou com a medalha de bronze, pelo segundo Mundial seguido.

O Japão também foi o responsável por outra derrota verde-amarela no primeiro dia de competição: no masculino até 66kg, Masashi Ebinuma venceu Leandro Cunha na final. Se vencesse, seria o terceiro ouro brasileiro na categoria – João Derly é bicampeão mundial dos 66kg. O Brasil tem outros dois títulos: Tiago Camilo, nos 81kg, e Luciano Correa, nos 100kg.

Apesar da derrota na final, Rafaela comemora a segunda medalha de prata do judô feminino brasileiro na história de Mundiais. No ano passado, em Tóquio, Mayra Aguiar foi prata nos 78kg. As outras medalhistas brasileiras são Edinanci Silva (bronze em 1997 e 2003) e Danielle Zangrando (bronze em 1995).

A campanha

Na semifinal, Rafaela passou, com ippon, por uma verdadeira freguesa: a norte-americana Marti Malloy. As duas tinham se enfrentado cinco vezes antes do combate em Paris, com quatro vitórias para a brasileira. A única derrota veio no Campeonato Pan-Americano de Guadalajara, em abril.

Rafaela fez outras quatro lutas no torneio. Em sua estreia, eliminou a atual campeã olímpica da categoria, a italiana Giulia Quintavalle, por um waza-ari. No segundo combate, bateu a espanhola Concepcion Bellorin por ippon.

Na terceira luta, mais uma rival forte: a grega Ioulietta Boukouvala, bronze no último Mundial, em Tóquio. A vitória foi por ippon, a 3min21 do fim do combate. A última rival foi a alemã Miryam Roper, com ippon a 1min22.

Na mesma categoria, Ketleyn Quadros não deu sorte. Ela pegou a atual campeã mundial, a japonesa Kaori Matsumoto, e perdeu por um waza-ari e um yuko.

Outros brasileiros

Érika Miranda, que entrou no tatame como esperança de medalha, acabou esbarrando em uma romana. Ela passou por Solongo Baatarsaikhan, da Mongólia, mas perdeu de Andreea Chitu. A rival disputa apenas sua segunda competição nos 52kg – na primeira, foi bronze nos Jogos Militares, no Rio, em julho. Antes, ela competia nos 57kg, mas baixou de categoria ao ver que sua rival por uma vaga olímpica, Corina Caprioriu, estava muito à frente no ranking (Corina é a 5ª do ranking, Andreea era a 27ª).

Único do time masculino a lutar nesta quarta, Bruno Mendonpça fez três lutas na categoria 73kg. Ele venceu Mirali Sharipov, do Uzbequistão, e Adrian Nicolae Merge, da Romênia, mas perdeu para Kunter Rothberg, da Estônia.