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Bronze em Paris mantém Guilheiro com 100% de pódios na nova categoria

Leandro Guilheiro durante a luta com o francês Alain Schmitt, decidida na bandeirada - REUTERS/Yves Herman
Leandro Guilheiro durante a luta com o francês Alain Schmitt, decidida na bandeirada Imagem: REUTERS/Yves Herman

Do UOL Esporte

Em São Paulo

25/08/2011 12h24

A medalha de bronze no Mundial de Paris, nesta quinta-feira, não era exatamente o que Leandro Guilheiro queria. O resultado, porém, comprova a boa fase do brasileiro desde 2009, quando subiu dos 73kg, em que foi duas vezes medalhista olímpico, para os 81kg. Já são 15 torneios (dois deles por equipe), com o brasileiro no pódio em todos eles.

GUILHEIRO: "NÃO SEI O QUE ACONTECEU. DEI CABEÇADA, ARRANHEI O ROSTO..."

AFP

O bronze em Paris é suficiente?
É um pouco decepcionante, mas não vou mudar tudo o que vinha fazendo porque não fui campeão. O bronze é uma conquista e vou curtir essa medalha. Depois pensarei nos erros para corrigi-los. De qualquer forma, é bom saber que tenho conseguido me manter nas cabeças.

O que deu errado?
Tive um dia difícil. Não sei o que aconteceu. Dei cabeçada, arranhei o rosto, o peito, os dedos. Mas mostrei força mental e coração. Mesmo quando o judô me abandona, é bom saber que ainda tem o resto.

Você já considera a vaga olímpica conquistada?
É quase impossível eu ficar fora dos 22 melhores do ranking (que garantem a vaga). Mas a disputa para Londres-2012 é interna, com o Flávio Canto, que também está bem ranqueado.

AS MEDALHAS DO BRASIL EM PARIS

  • Reuters

    PRATA - Leandro Cunha O Coxinha teve a chance de brigar pelo ouro dos 66kg, mas acabou sofrendo um ippon do japonês Masashi Ebinuma. Ele já tinha sido vice-campeão no Mundial de 2010.

  • AFP

    PRATA - Rafaela Silva Aos 19 anos, Rafaela quase conseguiu um feito inédito. Após uma campanha perfeita até a final dos 57kg, caiu contra a japonesa Aiko Sato.

  • C. Platieu/Reuters

    BRONZE - Sarah Menezes Primeira brasileira a subir ao tatame no primeiro dia do Mundial, Sarah, de 21 anos, conquistou a medalha de bronze na categoria até 48 kg.

O brasileiro soma seis medalhas de ouro, três de prata e seis de bronze desde dezembro de 2009. Sua estreia na nova categoria foi no Grand Slam de Tóquio, em que ficou em terceiro lugar. Ele venceu ainda dois Grand Slams (Paris em 2010 e Rio em 2011) e foi vice-campeão do Masters de Baku de 2011, que reuniu os melhores do ranking.

Em mundiais, a mudança de categoria trouxe o sucesso em Mundiais. Apesar dos dois bronzes olímpicos nos 73kg, na segunda maior competição do judô só conquistou sucesso nos 81kg. Já são dois pódios, o bronze em Paris e o vice-campeonato em Tóquio-2010.

A série de bons resultados reflete, também, no ranking mundial do brasileiro. Entre os judocas do país, Guilheiro é o que está mais perto da classificação olímpica. Ele entrou no Mundial de Paris como o vice-líder do ranking, vai manter a posição e ainda está bem à frente de Flavio Canto, seu rival interno pelo lugar em Londres-2012 – Canto perdeu nas oitavas de final em Paris e é o 17º do ranking.

Outro reflexo da mudança na vida de Guilheiro são as lesões. Ou melhor: a ausência delas. Durante os ciclos olímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008, o paulista sofreu com problemas físicos, incluindo operações nos pulsos, quadril, costas e ombro. Com mais espaço para o fortalecimento físico (nos 73kg, o desenvolvimento de músculos era limitado pelo peso), as lesões diminuíram.

Em Paris, sua segunda medalha em Mundiais veio com gosto amargo pela história da derrota na semifinal. Guilheiro chegou a ter um waza-ari na frente do montenegrino Srdjan Mrvaljevic. Mas a pontuação foi retirada na sequência. Pouco depois, o rival conseguiu um waza-ari e garantiu a passagem para a final. Na decisão do bronze, o brasileiro venceu com facilidade, por ippon, Elkhan Rajabli, do Azerbaijão.