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Com desempenho aquém em Paris, Camilo e Pessanha projetam "briga dura" até Londres

Hugo Pessanha (foto) e Tiago Camilo lutam por uma vaga na categoria até 90 kg - Reuters
Hugo Pessanha (foto) e Tiago Camilo lutam por uma vaga na categoria até 90 kg Imagem: Reuters

Aline Küller

Em São Paulo

31/08/2011 07h02

Tiago Camilo chegou ao Mundial de Paris na sétima colocação do ranking mundial e com dois pontos de vantagem para o oitavo colocado, o compatriota Hugo Pessanha. Porém, os dois não conseguiram a aproveitar a oportunidade para disparar, ficaram longe do pódio na categoria até 90 kg e projetam uma briga dura até Londres.

“Individualmente eu queria ter saído de lá com um resultado melhor, acabei tomando um golpe numa posição nas oitavas de final, mas isso não reflete a maneira como eu lutei, como eu fiz a competição, a equipe também. Me senti muito bem e o mais importante de tudo é saber que o trabalho que eu estou fazendo vem dando resultado e não é por caso desse resultado negativo que eu vou deixar de acreditar ou mudar tudo, então é continuar fazendo meu trabalho, cumprindo meu planejamento”, explicou Camilo.

A rivalidade com Hugo Pessanha não assusta Tiago, que afirma sempre ter tido grandes rivais, o que considera importante para o crescimento.

“Eu sempre tive grandes concorrentes na minha carreira. Sebástian Pereira em Sydney, depois Flavio Canto em Pequim e agora continua do mesmo jeito, não me deixa acomodar e faz com que eu continue sempre evoluindo tanto como técnico, físico e psicológico, vou estar sempre evoluindo, porque tem sempre alguém ali incomodando, é algo natural do esporte, sempre vai existir”.

Hugo Pessanha também reconheceu que esperava mais do Mundial de judô em Paris e garante ter tirado lições da competição.

“Foi uma boa participação, peguei uma boa chave, achei que fosse andar um pouco mais. Acabou que tirei boas lições e as lições vão me ajudar voltar para casa para pode trabalhar um pouco mais e acertar nas próximas competições”, analisou.

“A lição é que quando falam que para ir para uma Olimpíada, um atleta tem que treinar muito. Essa visão que eu tinha que se concretizou, porque eu medalhei em várias competições esse ano, achei que fosse chegar lá (Mundial) com grandes chances de medalhas e não aconteceu, então quer dizer que eu fiz muita coisa certa e mesmo assim não cheguei, então eu tenho que fazer 100% certo, mais do que eu já estava fazendo antes para poder se eu quiser chegar na Olimpíada e ganhar uma medalha”, complementou.

Pessanha prevê uma luta dura com Camilo até o fim por uma vaga em Londres-2012. “Até aqui (Mundial), ninguém conseguiu disparar, ficou os dois no meio do caminho, sem medalha, acho que vai ser esse suspense, essa pressão até o final”, planeja.

A rivalidade dos dois deve ganhar mais um capítulo nessa semana quando a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) divulgará os nomes dos atletas convocados para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Caso a comissão técnica opte pelos líderes do ranking, Hugo Pessanha será o judoca escolhido, já que com a sétima posição em Paris ele ultrapassou Camilo no ranking mundial.