Atração de Mundial, Sarah Menezes luta sem treinar há 3 meses e refuta status de "Anderson Silva"
O ouro nos Jogos de Londres, logo no primeiro dia de competição, já causa grande impacto na carreira da judoca Sarah Menezes. Desde a Olimpíada, aproveitou tanto o tempo após conquista para alavancar sua carreira que quase não treinou. A lutadora do Piauí é uma das atrações do Mundial de judô por equipes, que será realizado a partir de sábado, em Salvador.
Mas como sua categoria (até 48 kg) não existe no programa, terá que competir na de cima, até 52 kg. Isso com apenas essa semana de treinamento, após praticamente três meses parada.
“[Foram] muitas viagens, entrevistas, participei de muitos programas. Tive um reconhecimento muito grande no Brasil, dei autógrafos, tirei fotos. Na verdade eu não treinei nada, só treinei aqui. Estava muito corrido de eventos, não deu pra treinar. Essa semana foram os primeiros treinos”, falou.
“Vai ser bem difícil, porque a categoria é forte, as meninas têm muita força. E pra mim é uma novidade. Eu fiz aqui dentro do Brasil [lutas até 52 kg], mas é diferente do que lutar com as meninas de fora. É uma diferença de força muito grande”, continuou.
Sarah admite que é uma das atrações do evento. Mas refuta que competir na categoria de cima seja uma maneira de “salvar” o evento, como fez o brasileiro Anderson Silva, no UFC Rio, evento de MMA, ao lutar contra um rival de outro peso. Por várias vezes ele disse que lutou acima para salvar o evento, que teve em outubro alguns combates importantes cancelados.
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“Não me coloco [como salvadora do evento]. Não é minha categoria. Se fosse a minha, eu me colocaria”, falou.
“Já temos a Érika [Miranda], que é titular nos 52 kg. É difícil de dizer que minha presença é pra salvar a pátria. Eu nunca lutei com essas meninas. Teoricamente a Érika é mais forte pra lutar na categoria. Mas com certeza [valoriza o torneio] pra plateia, pro evento é importante a presença de uma campeã olímpica”, continuou.
Por falar em Anderson Silva, Sarah disse não ser nem um pouco fã de MMA e disse que em nada se esforça para saber sobre o esporte. Nem teme uma concorrência com o judô.
“Não acompanho e nem gosto [de MMA]. É complicado de responder [sobre concorrência], mas vejo assim: o pai não vai querer que seu filho faça um esporte violento, porque MMA é um esporte violento. E o judô é muita disciplina. O judô inicia de pequenino pra chegar à seleção.”
Sistema do Mundial
No Mundial por equipes, há duelo entre países em cinco categorias Quem vencer três, elimina o adversário. A competição não existe ainda em Jogos Olímpicos, mas existe a chance de ser incluída no programa para 2016, no Rio.
Cada delegação tem dois atletas por categoria. Só um pode lutar em um combate. Mas, caso um país avance, outro lutador pode atuar na categoria, mesmo não tendo lutado no combate anterior.
O Mundial feminino tem como representantes brasileiras Sarah Menezes e Erika Miranda (até 52kg); Ketleyn Quadros e Flávia Gomes (até 57kg); Rafaela Silva e Ketleyn Quadros (até 63kg); Nádia Merli, Maria Suelen Altheman ee Rochele Nunes (mais de 70kg).
A equipe feminina estreia contra o México, nas oitavas de final, a partir das 10h (horário de Brasília).
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