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Após drama e bate-boca em Londres, Rafaela Silva celebra virada e bronze: "não dava pra ficar chorando"

Sarah Menezes faz coração ao lado de Rafaela, vencedora da luta que rendeu bronze - José Ricardo Leite/UOL
Sarah Menezes faz coração ao lado de Rafaela, vencedora da luta que rendeu bronze Imagem: José Ricardo Leite/UOL

José Ricardo Leite

Do UOL, em Salvador

28/10/2012 06h00

O Mundial por equipes de judô, em Salvador, foi o primeiro torneio oficial depois dos Jogos Olímpicos de Londres e a consequente reaparição dos principais atletas brasileiros.

E uma atleta, em especial, voltou à ativa com novo astral e disposta a superar a última marca deixada quando competiu. Na capital baiana, Rafaela Silva esbanjou sorriso nos treinos e vibração dentro e fora do tatame nos momentos em que o Brasil competia.

Nas entrevistas, o cuidado nas palavras e o esforço para se mostrar renovada. Mudou de peso e passou a lutar na categoria até 63 kg, acima de sua anterior. Foi a responsável pela vitória, no duelo contra a Mongólia, que rendeu o bronze ao Brasil. “É uma nova fase, agora em novo peso”, falou a lutadora.

“Eu percebo que ela está realmente com um astral maravilhoso. Todos percebem”, falou o coordenador técnico da equipe, Ney Wilson.

A face é bem diferente de sua última, nos Jogos de Londres, quando sofreu uma eliminação dramática no último segundo. A frustração se somou a acusações de antiética e jogo sujo pelo golpe na rival húngara Hedvig Karakas. A brasileira perdeu ao pegar a perna da rival, movimento proibido no judô desde 2008.

Depois disso, ainda bateu boca nas redes sociais e alegou ter sido vítima de racismo ao ser xingada no Twitter. Passou os três meses desde então sem querer entrar nessa questão. Disse que conversou com o técnico a irmã no auxílio para dar volta por cima e viver o momento que passa agora.

“Minha irmã também é atleta, fiquei conversando com minha irmã e com meu técnico. Aquilo tudo já estava perdido e eu não poderia mais voltar atrás. A única coisa que eu poderia fazer era voltar a treinar, que é o que gosto e amo. Eu botava o kimono e voltava a treinar. Agora quero classificar de novo pro próximo ciclo”, falou.
           
“É bem difícil treinar quatro anos e perder como perdi, ainda mais com as críticas. É difícil aguentar e suportar essas coisas. Mas eu vi que não valia a pena ficar só em casa chorando e perdendo meu tempo. Agora é correr atrás para conseguir uma medalha no Brasil”, continuou.