Mundial de judô em Salvador tem incentivo da torcida para atleta errada e vaias a governador
O Mundial por equipes de judô, realizado no Grand Hotel Stella Marris, em Salvador, no último sábado e domingo, teve cenas curiosas, algumas por parte do público presente, como vaias para o governador e confusão de atletas.
No sábado, no duelo entre Brasil e Japão, por exemplo, o país-sede parecia jogar fora de casa. Os cerca de 20 japoneses na arquibancada, entre dirigentes e atletas, faziam mais barulho do que os brasileiros presentes. Somente na parte da tarde a torcida compareceu em peso. Incentivou bastante no primeiro duelo da repescagem, contra a Turquia, gritando sempre o nome das atletas que estavam representando o país.
MARIA SUELEN E ROCHELE NUNES
Maria Suelen (esq.) Rochele Nunes, confundidas pela torcida em Salvador
No último deles, os torcedores confundiram a última atleta brasileria que atuava no tatame. Gritavam o nome de Maria Suelen, enquanto quem estava ali na luta era Rochele Nunes. As duas têm semelhanças físicas.
A própria Rochele chegou a ficar sem graça e sorri algumas vezes pela gafe que o público cometia. “Nossa, estamos acostumadas já, nem ligamos mais. Nós duas somos gatonas”, brincou Rochele ao ser questionada sobre a confusão.
Também no sábado, Jaques Wagner, governador da Bahia, apareceu no tatame para fazer discurso, junto do presidente da Confederação Brasileira de judô, Paulo Wanderley.
Mas Wagner não conseguia falar mediante a incrível vaia que levava dos torcedores, em ação semelhante às recebidas pelo então presidente Luiz Inácio da Silva, no Maracanã, na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007.
Nem o discurso de incentivo ao esporte e ao judô feitos pelo governante diminuíam os gritos enquanto falava. O jeito foi desistir e falar pouco, com discurso rápido. Já Paulo Wanderley não recebeu o mesmo tratamento, falou com calma e foi aplaudido.
No domingo, a presença do público foi maciça desde a parte da manhã, com casa cheia. Os muitos incentivos tiveram bom comportamento, mesmo quando houve marcações contra o Brasil (como duas penalizações por agarrar as pernas que renderam a derrota para a Rússia). Poucas vaias.
A animação do público ficou por conta de apresentadores e músicas baianas, outras brasileiras e algumas internacionais das mais conhecidas.
Com dois telões, placares eletrônicos grandes e fácil acesso, a arena não deixou quase nada a desejar, por exemplo para o Excel, em Londres, onde foi realizada a competição de judô nos Jogos Olímpicos. O acesso do público foi fácil, e a área de alimentação montada do lado de fora, apesar de modesta, foi suficiente.
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