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Judô feminino busca consagração em Mundial no RJ após 1º ouro olímpico

Sarah Menezes conquistou o primeiro ouro olímpico do judô feminino brasileiro - AFP PHOTO / FRANCK FIFE
Sarah Menezes conquistou o primeiro ouro olímpico do judô feminino brasileiro Imagem: AFP PHOTO / FRANCK FIFE

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/08/2013 06h00

O inédito ouro olímpico de Sarah Menezes em Londres-2012 decretou nova era no judô brasileiro. Antes marcado basicamente por conquistas no masculino, hoje o esporte vê três mulheres (a própria Sarah, Mayra Aguiar e Maria Suelen Altheman) no topo do ranking internacional e com grandes chances de título no Mundial do Rio de Janeiro, que começa no próximo dia 26 de agosto.

Além da importância histórica, o título olímpico de Sarah Menezes abriu caminho para outro desafio: a conquista do inédito ouro em mundiais. Ao todo, o judô feminino brasileiro soma seis medalhas na competição, sendo cinco de bronze e uma de prata.

“O judô conquistou muito espaço com essa medalha de ouro da Sarah. A evolução do feminino foi muito determinante para isso, evoluímos muito. Ficávamos sempre atrás do masculino, hoje está de igual para igual”, disse Maria Suelen Altheman, líder do ranking na categoria acima dos 78kg.

“Espero que não venha só um ouro no feminino, mas vários. Estamos em sete categorias, então esperamos sete medalhas de ouro (risos). A equipe está bem forte. Temos uma equipe de nove judocas bastante homogênea e jovem”, analisou Altheman.

Na Olimpíada de Londres, o desempenho das meninas surpreendeu e até superou o masculino.  Ambas as categorias ganharam duas medalhas cada, mas as mulheres conseguiram o ouro com Sarah e um bronze (Mayra Aguiar) contra dois bronzes dos homens (Rafael Silva e Felipe Kitadai).

“Um ouro no feminino serviria para consagrar essa garotada toda que está aí. Hoje, no Brasil, o judô feminino é ainda mais forte que o masculino, pelo menos em número de chances de medalha. E, para mim, tem sido a melhor surpresa do esporte brasileiro”, opinou Flávio Canto medalhista de bronze em Atenas-2004.

Uma das principais candidatas a quebrar esse tabu no Rio é a gaúcha Mayra Aguiar, que bateu na trave em 2010, com uma prata. A judoca chega ao Mundial como favorita em sua categoria (até 78kg) e credenciada por um histórico de respeito: além do 2º lugar há três anos em Tóquio, ela foi bronze na competição em 2011 (Paris) e na Olímpiada de Londres.

A responsabilidade maior, no entanto, está mesmo com a piauiense Sarah Menezes. Primeira campeã olímpica brasileira no esporte, a judoca carrega o favoritismo em sua categoria (até 48kg), inclusive com a liderança do ranking mundial. Para ela, as meninas acordaram após bons resultados em competições internacionais, como o seu em Londres.

“Vejo que as meninas acordaram. Acreditaram em seu potencial. Estão conseguindo se soltar mais e confiar mais no trabalho. Antes o psicológico prendia um pouco. Hoje elas estão sentindo que têm potencial para conquistas”, disse Sarah.

A primeira das judocas brasileiras a lutar por uma medalha no Mundial do Rio de Janeiro será justamente Sarah Menezes, da categoria até 60kg. Ela estreia disputa o torneio na próxima segunda-feira, no Maracanãzinho. O começo dos confrontos está marcado para as 10h no ginásio. Mayra Aguiar e Maria Suelen Altheman lutam na sexta-feira e no sábado, respectivamente.