Topo

Brasil vive ressaca no Mundial após êxtase por ouro e torcida adota gringos

Katherine Campos (branco) foi derrota ainda nas eliminatórias, assim como Victor Penalber - Marcio Rodrigues / MPIX
Katherine Campos (branco) foi derrota ainda nas eliminatórias, assim como Victor Penalber Imagem: Marcio Rodrigues / MPIX

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/08/2013 17h49

A quinta-feira foi de ressaca para os judocas brasileiros no Mundial de judô após o êxtase pela primeira medalha de ouro feminina na história da competição, conquistada por Rafaela Silva na última quarta-feira. Com apoio da torcida, os cariocas Victor Penalber e Katherine Campos caíram logo na lutas eliminatórias e frustraram a expectativa da torcida presente ao Maracanãzinho. Sem atletas da casa, os torcedores apoiaram estrangeiros como os medalhistas de ouro Yarden Gerbi (Israel/feminino) e Loic Pietri (França/masulino), além do medalha de bronze francês Alain Schmitt.

Apoio do público não faltou para os brasileiros. Familiares e amigos de Penalber chegaram a formar uma pequena torcida organizada que esquentou o clima no Maracanãzinho com instrumentos, gritos de guerra e faixa para o judoca. Mas o canto de “uh, vai morrer!” não assustou o francês de Loic Pietri, que eliminou o carioca com um ippon nas oitavas de final.

O judoca foi a principal frustração do dia para o Brasil. Primeiro lugar no ranking mundial da categoria até 81kg, ele era favorito pela conquista do ouro. A sua participação, no entanto, repetiu o desempenho dos brasileiros que lutaram nos outros dias do Mundial: sem medalha.

O mesmo aconteceu com Katherine. Acolhida pelos torcedores de Penalber, ela não conseguiu pontuar contra a holandesa Anicka Van Emden, terceira colocada do ranking mundial, e acabou eliminada por ter mais punições, critério de desempate da competição.

A última esperança dos torcedores presentes foi o brasileiro Carlos Luz, que defendeu Portugal na categoria até 81kg aos gritos de “Uh, tá maneiro, o Carlos é brasileiro!”. Mas o judoca perdeu para Ivan Ninfotov com um ippon e, assim como Penalber, se despediu do Mundial ainda nas primeiras lutas.

Sem atletas da casa para torcer, o público brasileiro se dividiu durante a tarde, na disputa das semifinais e finais do Mundial. Na maioria das vezes, a torcida formada em grande parte por crianças vibrava apenas nos ippons e fins de luta. A preferida do público foi a medalhista de ouro da categoria até 63kg entre as mulheres, a israelense Yarden Gerbi, principalmente pelas reações explosivas de seu treinador a cada golpe desferido em seus combates. 

Apesar de ter eliminado o brasileiro Victor Penalber, o campeão mundial Loic Pietri também conquistou o apoio das crianças presentes ao ginásio, que vibraram durante a sua premiação. O europeu foi muito festejado, assim com seu compatriota, o medalha de bronze Alain Schmitt.