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Algoz de Baby, lenda francesa usa 'marra' e descanso na praia por recorde

Rodrigo Farah e Rodrigo Paradella

Do UOL, do Rio de Janeiro

01/09/2013 06h00

A passagem de Teddy Riner pelos tatames do Mundial de judô do Rio de Janeiro foi arrasadora: o francês ganhou por ippon todas as suas cinco lutas no torneio, inclusive a final contra o brasileiro Rafael Silva. Durante a caminhada rumo à inédita sexta medalha de ouro na competição, o francês mostrou certa marra e aproveitou até uma ida a praia na cidade carioca em sua preparação.

“Gostei muito da praia, pude relaxar as pernas após os treinos. Foi bom para esfriar a cabeça antes das lutas também”, disse Teddy, aos risos. O gigante francês de 2,04m e 130kg postou fotos de suas aventuras pelo Rio de Janeiro nas redes sociais, sempre com entusiasmo pela cidade.

“Eu amo o Brasil, gosto muito de vir para cá. A alegria das pessoas é contagiante. Gostei muito de todas as vezes que vim para cá. Foi aqui que conquistei meu primeiro título mundial, em 2007”, afirmou o judoca, que chegou ao Rio na semana passada.

As declarações simpáticas ao Brasil, no entanto, vieram apenas após a conquista de mais um título mundial. Antes, Riner escolheu o silêncio durante sua preparação. O francês chegou a fazer aparições públicas na cidade, mas sempre evitando o contato com a imprensa.

No dia da competição, Riner foi "marrento". De cara fechada, Teddy não exibiu sorrisos mesmo com a vibração do público em suas vitórias até a final. O francês teve o apoio do público do Maracanãzinho, que, fascinado pela presença do ícone do esporte, fazia a festa a cada ippon do judoca.

Concentrado, o judoca chegou até mesmo a ignorar cumprimentos de seus adversários após as lutas. O primeiro sorriso chegou apenas com a medalha de ouro garantida com um ippon sobre Rafael Silva, muito comemorado por um grupo de cerca de 50 franceses que estavam em um dos setores do ginásio.

Somente aí Teddy Riner exibiu sua simpatia ao Rio de Janeiro. O francês chegou a erguer as mãos do brasileiro para que o rival fosse saudado pelo público do Maracanãzinho.

Com a medalha no peito, Riner finalmente atendeu à imprensa. Mesmo sem falar muito bem o inglês, o atleta foi o mais assediado de todos os dias do Mundial, mas fugiu habilmente dos repórteres após algumas perguntas. O judoca ainda volta ao tatame do Maracanãzinho neste domingo, pela disputa de equipes.

O judoca foi o primeiro entre os homens a conquistar o hexa em mundiais. Com o feito, Riner reafirmou o status de maior de todos os temos no judô masculino, com direito ainda a um ouro olímpico em Londres e um bronze em Pequim. No feminino, a japonesa Ryoko Tani e a chinesa Wen Tong têm sete títulos, marca que pode ser facilmente superada por Teddy, que tem apenas 24 anos.