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Erika Miranda é 1ª brasileira a chegar na semifinal no Mundial da Rússia

Do UOL, em São Paulo

26/08/2014 05h44

Uma campeã olímpica, um líder do ranking mundial e um medalhista olímpico não conseguiram. Mas uma brasiliense que chegou ao Mundial de Chelyabinsk, na Rússia, sem vencer nenhum torneio do circuito mundial desde 2012 obteve o feito: Érika Miranda é a primeira brasileira a disputar uma medalha no torneio.

Na madrugada de segunda para terça (26), ela venceu seus três combates da fase classificatória e vai lutar por medalha na semifinal dos meio-leves (52kg), a partir das 8h – sua rival por uma vaga na decisão será a romena Andreea Chitu, coincidentemente, campeã europeia de 2012 na mesma cidade de Chelyabinsk.

A presença de Erika na semifinal, porém, está muito longe de ser uma surpresa. É verdade que seu último título no circuito foi em 2012, no Grand Slam de Moscou. Mas, desde então, foram dez pódios, incluindo o vice-campeonato mundial do ano passado. Além disso, ela é a vice-líder do ranking mundial da categoria, atrás apenas de Majlinda Kelmendi, a atual campeã mundial (que também está na semi).

Semifinalista elimina dois rivais em técnicas de solo

A forma da brasiliense também impressionou. Ela venceu duas lutas em técnicas de solo plásticas, dignas do país da família Gracie. Na primeira, contra Gulbadam Babamuratova, do Turcomenistão, aplicou um triângulo com as pernas. Na segunda, nas quartas de final, conseguiu um estrangulamento sobre a chinesa Yingnan Ma.

As duas técnicas são resultado direto de uma nova regra da Federação Internacional de Judô, que começou a ser usada nesta temporada: o incentivo ao jogo de chão. No Mundial, os juízes estão permitindo que as ações de solo sejam executadas com mais liberdade. Antes, a exigência por movimentação era tão grande que as técnicas de solo acabavam muito restritas e pouco usadas.

A luta mais difícil acabou sendo sua segunda, contra a espanhola Laura Gomez. Apesar de ter dominado a luta desde o início, com Yuko com menos de 30 segundos de combate, ela levou três punições rapidamente e correu o risco de ser eliminada da luta – quatro punições acabam com o combate.

Líder do ranking para em bicampeão mundial

O outro brasileiro a subir ao tatame nesta terça foi o paulista Charles Chibana. Líder do ranking mundial dos meio-leves (66kg), ele sentiu o peso de lutar como favorito. Não que tenha ido mal, mas chegou ao campeonato claramente marcado por seus rivais. Ele foi eliminado nas oitavas de final, pelo bicampeão mundial Rishod Sobirov, do Uzbequistão.

Em seu primeiro ciclo olímpico nos meio-leves (suas principais conquistas foram entre os ligeiros), Sobirov usou a experiência para bater o brasileiro. Chibana chegou a ter vantagem nas punições, no minuto final da luta, mas acabou permitindo a reação do rival. Com o combate empatado, a 26 segundo do fim, porém, permitiu um golpe de Sobirov e levou o ippon.

Antes, ele já tinha sofrido contra o coreano Taeho Yun. Canhoto, o lutador asiático levou a luta até o golden score e perdeu ao ser punido por falta de combatividade. Em sua estreia, Chibana tinha vencido Davit Ghazaryan, da Armênia, por ippon.

No primeiro dia do Mundial, outros três brasileiros competiram, todos na categoria ligeiro (60kg para homens, 48lg para mulheres). A campeão olímpica Sarah Menezes e o medalhista de bronze em Londres-2012 Felipe Kitadai foram eliminados em suas estreias. Como Chibana, Eric Takabatake foi até as oitavas de final.