Emirados Árabes entram na elite do judô. Graças a um judoca da Moldávia
Victor Scvortov. O nome é russo, mas o judoca em questão nasceu na Moldávia, uma ex-República Soviética vizinha à Romênia. Nesta quarta-feira (27), ele subiu ao pódio do Mundial de Judô e nenhum desses países comemorou.
Desde 2013, o atleta compete pelos Emirados Árabes. E o bronze que conquistou na categoria leve (73kg) foi o primeiro da história do país em um Mundial de judô. Se continuasse competindo pela terra em que nasceu, o pódio perderia ineditismo.
A Moldávia, independente desde a década de 90, soma três medalhas na história da competição, uma de prata e duas de bronze. Rússia e Romênia também contam com longa histórico em Mundiais de judô, com mais de 50 medalhas conquistadas (sem contar as 57 da União Soviética).
Para países árabes, a história é mais restrita. Nenhum país da península arábica tinha, até o Mundial deste ano, uma medalha no torneio. Ampliando a área para o Oriente Médio, o Egito era o único árabe com pódios (duas pratas e dois bronzes) – Turquia (7), Israel (6) e Irã (5), que estão na região, não são países de etnia árabe.
O bronze de Scvortov, aliás, não foi a única surpresa do dia. Entre os homens, a final pode ser considerada surpreendente. O líder do ranking mundial, o esloveno Rok Drasic, e o atual campeão mundial, o japonês Shohei Ono, pararam nas oitavas. O campeão olímpico, o russo Mansur Isaev, nem mesmo competiu.
A final foi vencida pelo japonês Riki Nakaya. Não que ele seja uma surpresa, mas o agora bicampeão mundial (ele levou o ouro em Paris, em 2011) chegou ao torneio como o número dois de seu país – po numero 1 era Ono, que defendia o título e ainda tinha vencido o último campeonato japonês.
O outro finalista foi o norte-coreano Kuk Hyong Hong que, além do título asiático do ano passado, não tinha muitos resultados expressivos para mostrar. A outra medalha de ouro foi para o russo Musa Mogushov, apenas o 26º do ranking mundial.
Entre as mulheres, o torneio também viu resultados surpreendentes. O maior deles foi ainda na segunda rodada, com a campeã olímpica e mundial Kaori Matsumoto. Ela estava invicta desde 2011 no circuito mundial, mas perdeu para a norte-americana Marti Malloy em apenas 24 segundos, em uma chave de braço.
A líder do ranking mundial, a alemã Myrian Roper também não teve vida longa, perdendo em sua estreia para a cubana Liuska Ojeda. A brasileira Rafaela Silva pode entrar nessa lista também: ela chegou como atual campeã mundial, mas ficou em quinto lugar.
A medalha de ouro da categoria foi para outra japonesa, Nae Udaka, que venceu na decisão a portuguesa Telma Monteiro – que agora soma quatro finais em Mundiais e nenhuma vitória. Os bronzes ficaram com a holandesa Sanne Verhagen e com a francesa Automme Pavia.
Brasil aposta em Penalber na quinta
Na madrugada de quarta para quinta-feira, quem entra no tatame são os meio-médios (81kg para homens e 63kg para mulheres). E a aposta do Brasil fica em Victor Penalber, que já liderou o ranking mundial e chegou a Chelyabinsk em terceiro lugar. Ele estreia contra o armênio Rafael Davtyan. No feminino, quem luta é Mariana Silva, 11ª do ranking. Sua primeira rival é Laura Lopez, de Andorra.
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