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Brasil coloca três atletas na semifinal do Mundial de judô

Rafael Silva: medalhista olímpico em Londres-2012 e vice-campeão mundial no Rio de Janeiro, em 2013, é um dos três brasileiros classificados para a semi do Mundial - Emmanuel Dunand/AFP
Rafael Silva: medalhista olímpico em Londres-2012 e vice-campeão mundial no Rio de Janeiro, em 2013, é um dos três brasileiros classificados para a semi do Mundial Imagem: Emmanuel Dunand/AFP

Do UOL, em São Paulo

30/08/2014 05h20

O desempenho do Brasil no Mundial de judô de Chelyabinsk, na Rússia, estava abaixo do esperado. Até este sábado (30). Na madrugada, o time verde-amarelo mostrou muita força e colocou três judocas nas semifinais do último dia de disputadas individuais do torneio – no domingo, será disputada a final por equipes.

As três finais serão na categoria pesado. A primeira a conquistar o feito foi Maria Suelen Altheman. Número dois do ranking mundial da categoria (+78kg), ela fez apenas duas lutas para chegar às finais. Agora, enfrenta a japonesa Megumi Tachimoto para ir à decisão.

Entre os homens (+100kg), o líder do ranking mundial, Rafael Silva, comprovou seu favoritismo, mas terá de fazer milagre para voltar à decisão: seu rival será o francês Teddy Riner, invicto desde 2010, dono de seis títulos mundiais e atual campeão olímpico. O outro brasileiro é David Moura, sexto do ranking, que surpreendeu e vai enfrentar o japonês Ryu Shishinohe por uma vaga na final.

Maria Suellen: semifinal a jato

Os combates entre os pesos pesados no judô são mais lentos do que em outras categorias. Para quem compara com outras categorias, parecem até estar em câmera lenta. Mas, na madrugada, Maria Suellen Atheman foi a jato para a semifinal.

Ela precisou de apenas dois minutos e meio para passar pela fase de classificação da sua categoria. Com uma chave pequena, teve de lutar apenas duas vezes. E, em ambos os combates, definiu o resultado em pouco mais de um minuto.

Contra a bósnia Larisa Ceric, o ippon veio com 1min22s. Quando enfrentou a alemã Franziska Konitz, foi ainda mais rápida. Após marcar um yuko a 28 segundos, imobilizou a rival, assegurando a vitória com 1min15s.

Rafael: vitórias na marra

Dono dos melhores resultados do Brasil no circuito mundial, Rafael Silva passou por sua chave na fase de classificação com autoridade de número 1 do mundo. Acostumado a usar sua força para forçar o erro dos rivais, ele nem mesmo precisou pontuar para vencer suas duas primeiras lutas.

Contra o alemão Andre Breitbarth, ele forçou duas punições, sem conseguir projetar o rival nenhuma vez. Contra o egípcio Islam El Shehaby, foi ele quem tomou a primeira punição, mas quando os cinco minutos acabaram, outras três tinham sido dadas, todas para o judoca africano.

Nas quartas de final, porém, a vaga veio, literalmente, na marra. Ele saiu atrás do lituano Marius Paskevicius e entrou no último minuto da luta precisando de um yuko. Usou sua técnica favorita, o osoto-gari: esticou a perna, não ligou que a posição parecia travada e, usando toda a sua força, projetou o rival. Recebeu um wazari.

David Moura: surpresa supera chave tranquila

O último a conquistar a vaga nas finais foi David Moura, que foi dominante em todos os seus combates. Em suas duas primeiras lutas, não ficou nem mesmo dois minutos no tatame. Primeiro, conseguiu o ippon contra o ucraniano Stanislav Bondarenko em 17 segundos. Depois, precisou de 1min35s para imobilizar o mongol Temuulen Battulga.

Contra o holandês Roy Meyer, nas quartas de final, foi mais complicado. O brasileiro não conseguiu pontuar, mas mostrou uma série de golpes rara nos pesos pesados. Ele projetou o rival três vezes e quase conseguiu a imobilização duas vezes. A vitória, porém, veio com uma punição dada a Meyer no último minuto do combate.

Os outros dois brasileiros que lutaram neste sábado foram eliminados. Rochele Nunes perdeu em sua estreia entre os pesados. Ela foi dominada pela turca Gulsah Kocaturk, que levou vantagem nas punições.

Nos meio-pesados (100kg), Luciano Correa venceu na estreia o búlgaro Daniel Dichev, mas não resistiu na segunda luta ao líder do ranking mundial. Lukas Krpalek, da República Tcheca, aproveitou sua maior envergadura (1,98m contra 1,90 do brasileiro) para dominar a pegada e conseguir um yuko no primeiro minuto. Sem conseguir encaixar golpes, o campeão mundial de 2007 chegou ao último minuto de luta atrás. Quando abriu o jogo, acabou levando o ippon do tcheco.