UOL Esporte Lutas
 
23/02/2006 - 16h46

Empresa de Popó cuida da carreira de oito pugilistas

Bruno Thadeu
Especial para o UOL
Em Santos
Tricampeão mundial de boxe e líder do ranking mundial de leves, o pugilista baiano Acelino "Popó" Freitas vislumbra multiplicar suas conquistas no esporte mesmo sem ter de enfrentar duros oponentes no ringue.

Para isso, Popó deu um novo passo na paralela carreira de empresário nesta quinta-feira, em Santos, ao anunciar a contratação do oitavo atleta de sua agência, o superpena Carlinhos Furacão, 28 anos. À frente da Boxe Brasil, empresa de gerenciamento e promoção de talentos do pugilismo nacional, o esportista baiano espera ser o "condutor" que não teve no início de carreira.

PARA O EXTERIOR
Também da Bahia, Carlos Oliveira de Souza venceu todas as suas 17 lutas como profissional, sendo 15 por nocaute. Uma outra marca impressionou Popó: dos 15 nocautes, dez aconteceram no primeiro round.

O "Furacão" espera agora brilhar em cenário internacional. "Não tem como conseguir o reconhecimento de todos sem criar uma carreira no exterior. É uma oportunidade que poucos tiveram e que eu tentarei aproveitar da melhor forma. Espero retribuir o incentivo dado pelo Popó com títulos", declarou o pugilista, que seguirá treinando em Santos.
"A intenção da Boxe Brasil é promover aquele que realmente é bom no boxe, porque o país é uma fábrica de talentos. Não queremos trabalhar com 'galinha morta', mas sim investir em quem tem potencial. O Carlinhos Furacão, por exemplo, é o melhor brasileiro do superpena. Pegaremos atletas que já possuem um acompanhamento, para incluí-los no ranking internacional", afirmou Acelino Freitas.

Popó citou seu duro começo no esporte como exemplo a não ser seguido com os contratados da sua empresa. "Iniciei no boxe aos 14 anos e fui passado para trás por representantes diversas vezes. Isso prejudicou parte da minha carreira, mas não posso reclamar muito, pois todos esses 'roubos' que sofri serviram de inspiração. Saí de uma casinha lá da Bahia para ser campeão do mundo. Aprendi a promover e espero fornecer uma estrutura adequada, algo que eu não tive inicialmente, para fazer novos campeões", disse.

Insatisfeito com a maneira como o boxe é tratado nacionalmente, o pugilista baiano acredita que à parte do investimento em talentos do esporte, a visão atual do boxe precisa ser melhorada.

"Se o Brasil ganha da Venezuela de goleada no futebol, todos vão achar o máximo. Agora, se um brasileiro desafia um pugilista desconhecido, ele não fez mais que a obrigação. E seu potencial ainda é colocado em dúvida", disse. "O boxe já foi sete vezes campeão. Talvez só o futebol tenha algo parecido", completou.

Ao ringue Popó volta no dia 29 de abril, desafiando o medalhista olímpico norte-americano Zahir Raheem, no dia 29 de abril, pelo título mundial dos leves.

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