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Mundial volta a unir família do braço de ferro que 'estrelou' filme de Stallone

Maurício Dehò

Do UOL, em São Vicente (SP)

16/09/2012 17h09

A família Pareja teve muito a comemorar com a realização do Mundial de Luta de Braço no Brasil. Tradicionais no esporte, os membros do “clã” voltaram a se unir pelo esporte, depois de um tempo de distância, com cada um morando em um país. O responsável foi Guiliano Pareja, campeão mundial de 2004, que viu os tios veteranos voltarem a competir na categoria master, lembrando dos tempos em que eles foram grandes no braço de ferro e até participaram do filme “Falcão – O Campeão dos Campeões”, de Sylvester Stallone.

Com um Mundial sendo realizado na cidade paulista de São Vicente, Giuliano pôde reunir Roger e Roberto, seus dois tios, que moram nos Estados Unidos e Bolívia, respectivamente. Eles estiveram presentes na competição desde sua primeira edição, em 1979, somaram quatro títulos cada, e anos depois foram convidados para participar do filme de Stallone, que marcou o mundo da luta de braço.

O esporte entrou na vida deles devido a uma lesão na coluna de Roger, que ao tentar curar o problema conheceu o fisiculturismo. Ele e Roberto acabaram recebendo então o convite para participarem do primeiro Mundial, no Canadá. A dupla colecionou ouros e fez fama, tanto que após o Mundial de 1985, no México, chegou o convite para eles competirem durante as filmagens de “Falcão”.

A película estrelada por Sylvester Stallone teve dois torneios de verdade acontecendo. Um de reais caminhoneiros, que concorreram a um caminhão como prêmio, e um para os atletas convidados, com premiação em dinheiro.

“Todas as lutas que você vê ali são reais, até quando houve uma fratura de braço. Exceto pelas com o Stallone. Ali entrava a parte da ficção e, é claro, todos tinham que perder para ele”, conta Roberto. “Foi muito legal ter este contato com ele, que foi uma pessoa super legal e simples durante as filmagens”.

Roberto classifica o filme como o responsável por um “boom” no mundo da luta de braço, que hoje já chega ao 34º Mundial e também conta com um circuito de disputas em cassinos do mundo todo.

  • Giuliano Pareja pega instruções com o tio, Roberto, durante o Mundial em S. Vicente

Giuliano carrega bandeira da família

O paulista Giuliano Pareja foi campeão mundial em 2004 e tinha expectativa de ir longe em São Vicente. Venceu três lutas e acabou com a sexta colocação. No entanto, ele comemorou ter reunido os tios, que competiram no masters, para maiores de 40 anos. Além de Roger e Roberto, de sua família por parte de mãe, quase todos os familiares por parte de pai também praticam a luta de braço.

BRASIL TERMINA EM 2º

  • 8

    OUROS

     

  • 8

    PRATAS

     

  • 5

    BRONZES

     

    “Foi muito emocionante poder tê-los juntado aqui. Depois de um tempo, meus tios pararam e só sobrei eu competindo. Nunca tinha participado com ambos num Mundial, e agora reparei que eles pegaram de novo aquele vírus do braço de ferro. Quem já foi tetracampeão mundial nunca gosta de perder, e acho que vou vê-los no Mundial do ano que vem, na Polônia.”, diz ele.

    Vitor conta que suas primeiras lembranças no esporte foram de ver os familiares no filme de Stallone e que, por ser muito novo, era proibido de treinar, porque “não iria crescer”. “Eu acabava treinando escondido, carregava minha irmã, levantava a cama, a penteadeira, fazia exercícios do jeito que dava”, ri ele.

    Apesar de não conseguir o pódio, Giuliano dedicou seu sexto lugar ao filho Breno, de 4 anos. “Algumas vezes tenho que abrir mão da companhia dele para treinar. No meio das lutas, quando ficava mais complicado, eu pensava nele e no exemplo que posso passar”, completou emocionado Giuliano, que além dos treinamentos trabalha numa agência de turismo.