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Garoto que perdeu a visão ainda bebê vira revelação na luta olímpica

Max Lamm, de 13 anos, virou destaque na luta olímpica mesmo sendo cego - Reprodução
Max Lamm, de 13 anos, virou destaque na luta olímpica mesmo sendo cego Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

26/09/2014 09h08

Quem vê Max Lamm se atracar com outros garotos, dominá-los e derrubá-los em uma disputa de luta olímpica pode não perceber de primeira um detalhe: ele é cego. Aos 13 anos, o norte-americano da cidade de Mars, na Pensilvânia, virou revelação em sua modalidade apesar da deficiência e tem vencido seus adversários “normais”.

O problema nos olhos foi trágico. Ainda bebê, Max foi diagnosticado com retinoblastoma. Ele tinha câncer nos dois olhos, um problema que é constatado com a coloração branca da pupila. O grande problema neste caso é a chance de metástase, que pode fazer com que a expectativa de vida caia para apenas cinco anos.

Submetido a quimioterapia, o bebê se recuperou, mas a visão acabou se perdendo com o tempo, até mais recentemente deixá-lo apenas enxergando luz e sombra. Mas Max Lamm não é do tipo que se abate fácil, mesmo sendo tão novo.

“Claro que às vezes fico triste de não enxergar, queria ter isso de volta. Mas não vou ficar sentado reclamando”, diz ele, em entrevista ao Bleacher Report. “Tento lembrar do rosto dos meus amigos, dos meus pais e parentes...”

Como não tinha chance de jogar futebol ou futebol americano, ele pediu aos pais que o colocassem na luta olímpica. O pai relata, emocionado: “O jeito que ele perdeu sua visão e como ele abraçou esse futuro... Ele simplesmente aceitou.”

No esporte, Max precisa de apoio especial dos técnicos e dos companheiros para acompanhar os treinos. Na hora da competição, quando ele está a sós com seu oponente, ele mostra que tem talento suficiente para ir longe e, quem sabe, chegar ao forte wrestling universitário, uma tradição nos EUA.

“Quando eu estou lutando, vejo a luz acima. Eu só penso no que preciso mirar. Eu ouço meus rivais, ouço meu técnico me dizendo o que posso fazer... Eu gosto de vencer e me sentir dominando. Fico muito empolgado durante as lutas, é animal”, conta ele. “Eu quero que meus rivais me enfrentem com 100% de esforço, que me considerem como qualquer outra criança.”

Hoje com 13 anos, o norte-americano tem 10 vitórias e só uma derrota na carreira.

Fora do tatame, adquiriu independência, lendo em braile e se locomovendo com mais facilidade. “Tenho um cão guia chamado Seal. Ele só não me vê lutando, porque é muito protetor”, afirma o jovem, que consegue pegar ônibus sozinho e andar por sua cidade sem depender de mais ninguém.

Veja mais sobre o garoto, no vídeo em inglês: