Organização: morte em torneio de kickboxing em SP foi 'inerente ao esporte'
A morte do lutador Rafael Beiton durante o torneio Ichiban Kickboxing no último final de semana foi "inerente ao esporte que ele escolheu como caminho de vida". A avaliação foi feita pela organização da competição, em comunicado enviado ao UOL Esporte na tarde desta quarta-feira (13).
No último domingo (10), Beiton passou mal após participar da competição na cidade de Mogi das Cruzes (SP). Hospitalizado, morreu na noite do dia seguinte, vítima de traumatismo cranioencefálico e hipertensão intracraniana. Segundo a academia onde Rafael dava aulas de muay thai, ele foi enterrado no começo da tarde desta quarta, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife.
No comunicado enviado à reportagem, assinado pelo organizador Fabio Yoshinaga, o Ichiban Kickboxing diz ter assegurado aos lutadores todas as garantias médicas e esportivas junto à Confederação Brasileira Kickboxing (CBKB), entidade filiada a Associação Mundial de Organizações de Kickboxing (Wako). Yoshinaga informou ainda ter acompanhado Rafael ao hospital.
"(Rafael) foi atendido prontamente pelo departamento médico do evento, removido em ambulância UTI, hospitalizado e imediatamente operado, mas não reagiu e veio a óbito (...)", diz a nota. "Acompanhei Rafael desde o momento que foi removido em ambulância do ginásio, sua cirurgia e infelizmente a trágica notícia por volta das 21h30 de ontem (segunda-feira), de seu falecimento, não deixando o hospital desde sua chegada", completa.
Fábio ainda assegura ter recebido os familiares do lutador e se responsabilizado pelo traslado do corpo até o Recife.
"Recebi sua família e cuidei de todos os detalhes até o momento, dando o devido suporte e apoio espiritual a todos. Por fim, acabei de acompanhar sua noiva e a filha ao aeroporto e embarquei o corpo de Rafael para que seja transportado amanhã (quarta-feira, 13) pela manhã até Recife, local onde seu técnico Renan já cuidou dos todos os detalhes também, para que ele seja transportado até o local do velório e depois, sepultado", comunicou.
Ainda no texto, Fabio Yoshinaga lamenta a morte do atleta, mas lembra os riscos que um esporte como o kickboxing oferece a seus competidores, mesmo os mais experientes.
"O ocorrido foi inerente ao esporte que ele escolheu como caminho de vida, afinal, é um esporte de contato", explica. "Por outro lado, como organizador do Ichiban, providenciei tudo e o que deveria: solicitei a supervisão da CBKB, única entidade nacional filiada à Wako e por consequência ao Comitê Olímpico Internacional, que supervisionou através de seu Departamento Arbitral, a pesagem e as lutas do evento”, completou.
Confira a nota na íntegra:
"Como já é de conhecimento público, ocorreu um fato muito triste para todos os kickboxers brasileiros, pois perdemos Rafael Beiton, um atleta de muito destaque, que após ter lutado bravamente e estar feliz com o seu próprio desempenho, como disse o seu próprio técnico, faleceu."
"Após a final da categoria 81,4 kg do Ichiban, evento que com muito carinho organizo buscando não somente oportunizar (sic) novas experiências aos nossos atletas, mas desenvolver o esporte kickboxing, (Rafael) caminhou normalmente até o vestiário e durante o banho, passou mal. Foi atendido prontamente pelo departamento médico do evento, removido em ambulância UTI, hospitalizado e imediatamente operado, mas não reagiu e veio a óbito na noite de ontem (segunda-feira, dia 11), deixando perplexos seus familiares, colegas de esporte e amigos."
"Como organizador do evento, acompanhei Rafael desde o momento que foi removido em ambulância do ginásio, sua cirurgia e infelizmente a trágica notícia por volta das 21h30 de ontem, de seu falecimento, não deixando o hospital desde sua chegada."
"Recebi sua família e cuidei de todos os detalhes até o momento, dando o devido suporte e apoio espiritual a todos. Por fim, acabei de acompanhar sua noiva e a filha ao aeroporto e embarquei o corpo de Rafael para que seja transportado amanhã (quarta-feira, 13) pela manhã até Recife, local onde seu técnico Renan já cuidou dos todos os detalhes também, para que ele seja transportado até o local do velório e depois, sepultado."
"Lamento profundamente o ocorrido, não tenho palavras para expressar minha dor. Porém, tenham certeza de que o ocorrido foi inerente ao esporte que ele escolheu como caminho de vida, afinal, é um esporte de contato. Por outro lado, como organizador do Ichiban, providenciei tudo e o que deveria: solicitei a supervisão da CBKB, única Entidade nacional filiada a Wako e por consequência ao Comitê Olímpico Internacional, que supervisionou através de seu Departamento Arbitral, a pesagem e as lutas do evento."
"Quanto à estrutura exigida pela CBKB e pela lei, providenciei todos os itens, tais como ginásio, ringues oficiais, equipe médica com socorrista, ambulância UTI e de remoção, material de proteção (capacetes, luvas e caneleiras) novo."
"Expresso minha imensa tristeza com o ocorrido, mas fica a lição de que devemos continuar a trabalhar buscando dar todo o suporte para os nossos atletas: cumprir rigorosamente o regulamento, providenciar seguro de evento, como de fato foi feito, seguro individual de atleta, etc."
"Diferentemente das recentes tragédias que assolaram nosso país recentemente e que poderiam ser evitadas, o Ichiban fez tudo antes, durante e depois, dando total apoio ao atleta, seu técnico e o devido o suporte aos familiares."
"Entendo que esse fato foi um acontecimento inexplicável e isolado, que para quem não é do meio da luta, muitas vezes incompreensível, mas nesse caso, meus amigos, o único culpado, se é que podemos chamar assim, foi a fatalidade."
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