Topo

MMA


Recordista, Demian Maia encara Askren enquanto planeja futuro no jornalismo

Demian Maia comemora vitória sobre Jorge Masvidal no UFC 211 - Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images
Demian Maia comemora vitória sobre Jorge Masvidal no UFC 211 Imagem: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images

Brenda Mendes

Do UOL, em São Paulo

25/10/2019 13h43

Recordista de vitórias entre os brasileiros que já pisaram em um octógono do UFC, Demian Maia enfrenta amanhã (26) o americano Ben Askren pelo card principal do UFC Cingapura, que tem início previsto para as 6h15 (de Brasília). Aos 41 anos de idade, Demian conta detalhes da preparação para a luta entre especialistas no jiu-jitsu enquanto planeja seu futuro longe dos octógonos. Este futuro pode estar no jornalismo.

Faixa preta no jiu-jitsu, Demian conquistou na carreira dois mundiais (IBJJF), três copas do mundo (BJJ) e um título no ADCC na modalidade. No MMA, acumula 21 vitórias no UFC, maior marca entre os brasileiros. O lutador chegou a disputar duas vezes o cinturão: em 2012, no peso-médio, contra Anderson Silva, e em 2017, no peso meio-médio, contra Tyron Woodley.

Hoje aos 41 anos, Demian já pensa no que fazer após sua aposentadoria dos tatames. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, o lutador e jornalista pretende ingressar no meio da comunicação e revela seu gosto pela área audiovisual.

"Eu pretendo continuar fazendo palestras e seminários e cuidando das minhas academias. Fiz algumas coisas envolvendo mídias e audiovisual. Tenho vontade de fazer algo na área de comunicação e não ligado só a luta, quero buscar outros campos", disse Demian, ao UOL Esporte.

O lutador participou de um documentário como personagem, o que despertou seu desejo de sujar os sapatos como jornalista: "Eu gostaria muito de fazer um documentário em que participei há um tempo pelo Combate, mas como entrevistador. Gostaria de estar do outro lado. É um caminho que tenho vontade de seguir", contou.

Durante a conversa, o brasileiro relembrou momentos importantes de sua carreira e cravou seus dois maiores triunfos: "Minhas maiores conquistas foram a copa do Mundo de 2005, que enfrentei o Jacaré na final, que era o melhor atleta de jiu-jitsu na época. E o ADCC (Abu Dhabi Combat Submission Wrestling World Championship) de 2007, que é o maior campeonato de lutas agarradas e eu fui campeão. A maior vitória foi conseguir fazer sete vitórias consecutivas, ter conquistado um campeonato e disputar o cinturão", comemorou.

Ainda no começo da carreira, Demian admirava seus treinadores competindo e almejava chegar no topo no ACDD: "Eu lembro de estar olhando eles competirem, já de faixa azul, e tinha o sonho de um dia chegar lá e ganhar. Tiveram seletivas, e na época tinham convidados. Eu não fui, isso me custou muito. Em 2003, não pude competir. Em 2005, também não fui convidado, mas participei e ganhei duas seletivas, então consegui ir para o evento. Fui até a final, mas acabei perdendo para o Jacaré por uma punição", relembrou.

"Depois de dois anos, voltei e fui campeão. É uma coisa que eu queria há muito tempo, dez anos antes eu já pensava. Quando eu finalmente ganhei, foi muito importante para mim", completou.

Recordista brasileiro de vitórias no UFC e o segundo no geral, Demian fica feliz e se orgulha com o status de representante do jiu-jitsu brasileiro: "Acho meio arrogante me considerar um dos representantes do jiu-jitsu no Brasil, mas falam isso, e é uma coisa que me orgulho, porque eu levanto a bandeira. É um estilo nosso, criado no Brasil e desenvolvido desde os anos 20. Muita gente não sabe, mas o jiu-jitsu brasileiro é reconhecido no exterior como um estilo diferente dos outros tipos de jiu-jitsu . Eu levanto e defendo essa bandeira, porque é muito importante para a nossa cultura e influencia muitos lugares, países e culturas. Eu fico muito orgulhoso", exaltou.

Para o UFC Cingapura, Demian modificou seu treinamento de acordo com as características de Askren e tem certeza de que a luta será decidida no seu ponto forte. "Quando eu peguei essa luta, eu já sabia que teria grandes chances de ser uma luta agarrada e no chão. Eu acredito que vai ser uma luta de jiu-jitsu, que é forte dele e é o meu. A luta será decidida no jiu-jitsu", projetou.

Siga o UOL Esporte no