07/04/2010 - 11h33

"Contra Belfort seria guerra. Agora, é mais uma luta", diz Anderson Silva

Do UOL Esporte

Em São Paulo

O CAMPEÃO E O VIDEOGAME
O videogame imita os movimentos dos lutadores. E o melhor lutador do mundo imita os movimentos do videogame. Nas 20 perguntas, o Aranha admitiu que já usou games como inspiração para seus movimentos.

"Pro cara colocar o golpe no game, ele precisou de alguém para simular o movimento. Então, se na cabeça do programador funciona, porque não na prática? Decidi tentar", conta.

Nem sempre, porém, tudo deu certo: "Na luta contra o Dan Henderson, tentei fazer um negócio que vi no game - dar um chute nas costas do adversário -, e acabou dando tudo errado. A turma ficou louca comigo. Acabei caindo e fiquei um tempão por baixo apanhando".

O UFC 112, a primeira edição no Oriente Médio, está chegando. No próximo sábado, Anderson Silva volta a entrar no octógono, para defender o título dos médios. O rival, porém, não será Vítor Belfort, como todo o mundo do MMA esperava, mas Demian Maia.

E justamente essa troca mudou tudo para Anderson, considerado por muitos o melhor lutador, quilo por quilo, do planeta: “Com o Vítor ia ser de fato uma guerra. Agora não mais, né? Vai ser apenas mais uma luta”, declarou à revista Playboy nas 20 Perguntas.

A frase promete apimentar ainda mais o confronto. Demian Maia, ao UOL Esporte, já afirmou que montou sua estratégia para derrubar o rival, um de seus ídolos no esporte. “Vou fazer uma luta para terminar antes do tempo. Não to pensando em lutar os cinco rounds. Quero uma luta agressiva”, diz o desafiante (veja, abaixo, o UOL Esporte Entrevista com Maia).

“Ele vai tentar usar o jogo dele. Como campeão que sou, não posso dizer: ‘Ah, não vou ganhar’. Eu vou vencer. Minha cabeça é essa, to treinando para vencer”, completou Anderson.

Além da provocação, o campeão do UFC também voltou a falar de seus “irmãos” no MMA: os Nogueira e Lyoto Machida, campeão dos meio-pesados. “Eu jamais enfrentaria o Lyoto. Existem pessoas que são meus amigos, meus irmãos, que eu nunca enfrentaria. Não existe dinheiro ou fama no mundo que vá mudar isso. Se me oferecessem uma bolsa milionária para lutar com o Lyoto, eu preferia parar de lutar a ter de enfrentá-lo. E não falo isso da boca pra fora, não. Falo porque é a pura verdade”.

Sobre Minotauro e Minotouro, com quem fez os últimos treinos no Brasil para o evento de Abu Dhabi, ele também é só elogios. “Cara, costumo dizer que tenho irmãos. Devo ao Rodrigo Minotauro e ao irmão dele, o Rogério [Minotouro], tudo o que eu me tornei no MMA. Foram eles que, quando eu achava que tava tudo perdido, quando eu estava decidido a parar com tudo, me estenderam a mão. Amo esses caras de paixão, mesmo”.

Outro ponto alto da entrevista veio quando ele falou sobre Roy Jones Jrs. O veterano boxeador, considerado o melhor do boxe nos anos 90, já falou em lutar contra o brasileiro. Questionado sobre desafios na carreira que ele ainda pretende enfrentar, ele foi direto: “Lutar boxe com o Roy Jones Jr. Se isso não acontecer, vou encerrar minha carreira um pouco frustrado”.