Quer ser VIP no UFC? Prepare o bolso. Ingressos custam até R$ 13.700
Para você que é fã do UFC: o que acha de subir no octógono, com direito a vestir um cinturão? Quem sabe fazer um treininho básico com Anderson Silva ou com o técnico de Ronda Rousey. Se você fizer o perfil executivo, talvez prefira ter uma reunião com Dana White e Lorenzo Fertitta, os donos do evento.
Essa é a rotina da família Du Mortier. Há três anos, o empresário Alexandre faz questão de levar os filhos Gabriel e Lavínia aos eventos do UFC, seja em Las Vegas, Los Angeles, Rio de Janeiro ou São Paulo. Eles já são conhecidos por todo mundo e poderiam facilmente ser confundidos com um dos diretores da franquia. Mas são apenas fãs do MMA dispostos a ter um tratamento VIP e desembolsar quantias bem altas.
Assim como eles, quase 100 apaixonados foram assistir ao UFC São Paulo, no último sábado, no espaço que eles chamam de VIP Experience, com status de rei do camarote e muitas regalias.
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Pisar no octógono e vestir um cinturão
Uma coisa é unânime. Um dos pontos altos de ser VIP é poder pisar no templo sagrado da modalidade. Depois assistirem à pesagem do gargarejo, os fãs que adquirem esse espaço podem ter a sensação das grandes estrelas dos MMA: entrar no octógono, pisar sobre o chão acolchoado e vestir o cinturão. Muitos ficaram emocionados. "É uma sensação indescritível. E é macio, parece duro com o barulho das quedas dos lutadores", disse o torcedor Nilo Patussi. Ao pegar o acesso para trás do palco, com sorte dá para ver bastidores também como as ring girls de roupão, alguns lutadores se hidratando e as entrevistas que acontecem depois da pesagem.
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Ver a luta no gargarejo
Mais importante que subir no octógono só mesmo ver as lutas das primeiras filas. Um torcedor Vip tem a mesma visão do confronto que os convidados mais ilustres do evento ou familiares dos atletas. A poucos metros do octógono dá para ver o suor, o sangue e a expressão de dor dos lutadores. O nocaute de Thomas Almeida levantou a arena e deixou quem estava perto simplesmente embasbacado.
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Ser rei do camarote por um dia
Ter um dia de rei e não tirar onda com os amigos não tem graça, certo? Os irmãos Henrique e Carlos Pestana vieram de Santos só para curtir o evento e não perderem a chance. Eles desembolsaram cada um R$ 2 mil e acharam justíssimo. "A gente manda as fotos para os amigos e tira uma onda. Se você for pensar, nem é tão caro. Na balada a gente gasta quase isso mesmo", disse Henrique. Thais Alho também estava animada. "Já estou sentindo a tristeza de voltar a ser uma mera mortal depois daqui", brincou.
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Ingressos de até R$ 13 mil
Como tudo tem seu preço, ter direito a tantas regalias não sai nada barato. Os ingressos para o espaço VIP Experience foram comercializados pelo valor mínimo de R$ 2 mil e os mais caros chegavam a nada menos que R$ 13.700. Essas entradas eram apenas quatro, ficaram em processo de negociação, mas não chegaram a ser comercializadas. Alexandre Du Mortier, por exemplo, já levou os filhos a seis eventos do UFC: dois em Las Vegas, dois no Rio, além de Los Angeles e São Paulo. Apenas em São Paulo, foram quase R$ 10 mil gastos com ingressos para ele e os dois filhos. Ainda assim, ele não considera exagerado. "Vim de baixo e conquistei tudo com muito trabalho. Não sou rico, não sou milionário nem nada. O mais importante na vida é o momento que passamos juntos, não as coisas que temos. Eu posso quebrar qualquer dia. Eu prefiro proporcionar uma experiência a dar um apartamento para eles. São as memórias que nunca vão passar e que fortalece nosso vínculo", disse o empresário que tem uma empresa de esterilização de material hospitalar em Curitiba.
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Sem ostentação
Apesar de a brincadeira ser bem cara, o público não faz o perfil ostentação, nem tem pinta de milionário. Em sua maioria, são fãs que querem estar mais perto dos ídolos ou entrar nos bastidores. Quem procura balada, também não é o lugar ideal. O espaço Vip é um lounge e não tem clima para bebedeira ou pegação
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Reunião com Dana White
Os torcedores elogiam bastante o tratamento especial que recebem de todos os funcionários, desde os recepcionistas até a alta cúpula do UFC. No último evento do Rio de Janeiro, por exemplo, uma liminar de última hora impedia o pequeno Gabriel, de 11 anos, de assistir ao evento. A diretoria convocou o pai dele Alexandre para uma reunião para avisá-lo que não estavam medindo esforços para reverter a situação. No encontro estavam presentes nada menos que os donos do UFC Dana White e Lorenzo Fertitta e Giovani Decker, vice-presidente e diretor geral do UFC no Brasil. Na última hora, os desembargadores conseguiram liberar a entrada de adolescentes.
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Ragu de ossobuco e patê de foi gras
O menu não poderia ficar fora da lista e tinha obrigação de acompanhar o luxo. Enquanto o card preliminar já rolava, os convidados podiam experimentar um cardápio vasto de entradas: Tartelete de berinjela, cuscuz de bacalhau, canapés de patê de foie gras e geleia de framboesa, salada de grão, palmito pupunha com ervas. Entre os pratos quentes, polenta mole com ragu de ossobuco e sanduíche de pernil. O jantar ofereceu arroz de pato, moqueca com farofa, penne ao molho branco e limão siciliano e escondidinho. Alguns dos presentes reclamaram que não tinha um espumante sendo servido como no evento do Rio de Janeiro, mas puderam beber cerveja e caipirinha ou sakê de várias frutas: limão, morango, lichia, abacaxi ou frutas vermelhas.
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Ganhar um ingresso do Glover Teixeira
Para alguns, essa brincadeira chique começou antes mesmo do fim de semana. José Valério foi o terceiro fã a comprar o ingresso para o UFC e teve uma surpresa que jamais imaginaria. O RH da empresa de tecnologia da informação que ele trabalha marcou uma reunião com ele às 9h de uma terça-feira. Preocupado, chegou a pensar que pudesse ser demitido. Quando chegou ao local combinado, se deparou com o lutador Glover Teixeira que estava lá apenas para lhe entregar o ingresso e homenagear um dos primeiros compradores. "Eu quase caí para trás. Demorei a entender que era ele e porque estava ali". A organização do UFC havia armado tudo com a empresa.
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Gringos se esbaldando
Se os brasileiros têm que esvaziar o bolso para curtir o evento, os gringos foram espertos e economizaram um bom dinheiro. Ike Irozuru e Tony Shelton vieram de Dallas, nos Estados Unidos, e não pensaram duas vezes ao escolher o Brasil com o câmbio favorável. Segundo eles, o espaço custou 600 dólares em São Paulo. O mesmo local em Vegas custaria nada menos que 8500 dólares. Com essa diferença toda, eles se esbaldaram. Jogaram videogame, tietaram as ring girls e vibraram com os golpes no octógono.
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Celebridades
Lugar Vip de verdade tem que ter celebridade. Quem estava lá viu de perto algumas estrelas da TV. As apresentadoras Sabrina Sato, Renata Kuerten, o cantor Latino, os atores Bruno Gagliasso e Luigi Baricelli e Daniella Cicarelli eram alguns dos que estavam dando sopa no local. Mulher de Vitor Belfort, Joana Prado foi a primeira dama da noite e passou uma boas horas no setor antes de o card principal começar.
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Amizade com estrelas
Só quem é Vip pode ter acesso a algumas lendas do esporte. No dia da luta em São Paulo, os irmãos Minotauro e Minotouro, Claudia Gadelha e Anthony Johnson sentaram no lounge para quem quisesse bater um papo. Circulando pelo salão da arena dá para pelo menos tirar uma foto com Bruce Buffer ou com as ring girls. Foi em um desses eventos que a família Du Mortier se aproximou do técnico de Ronda Rousey, Edmond Tarvedyan, e de Anderson Silva. Lavínia chegou a conhecer a academia que a estrela treina e ganhou dicas do treinador. "Ele disse que meu punch é bom, mas preciso melhorar o movimento de pernas". Já o pequeno Gabriel, de 11 anos, trocou golpes com o ídolo brasileiro Anderson Silva. Gabriel já ficou tão conhecido pelos lutadores que no dia da pesagem do UFC em São Paulo, Minotauro o chamou para ficar com ele em cima do palco.
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Fura fila de autógrafos
Uma das ações mais concorridas do UFC é a sessão de autógrafos e fotos dos lutadores convidados. No dia da pesagem, os irmãos Rodrigo Minotauro e Rogério Minotouro, Claudia Gadelha e Anthony Johnson ficaram à disposição dos fãs. Uma fila quilométrica se formou, mas os Vips não precisaram passar por ela e tinham acesso livre.
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