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Rei dos leves do MMA, José Aldo 'migra' de esporte e quer show de Ronaldinho

O lutador José Aldo não esquece do Flamengo nem mesmo nas pesagens - Divulgação/UFC
O lutador José Aldo não esquece do Flamengo nem mesmo nas pesagens Imagem: Divulgação/UFC

Jorge Corrêa e Rodrigo Farah

Em Las Vegas (EUA)

18/02/2011 12h51

Campeão dos penas do UFC e vencedor do prêmio de melhor lutador de 2010 no ‘Oscar do MMA’, José Aldo já tem lugar firmado entre os atletas mais tarimbados dos pesos leves. Apesar disso, ele não consegue se esquecer de sua outra paixão: o futebol. Além de se arriscar em peladas, depois de ter jogado nas categorias de base de clubes em Manaus, o amazonense mantém seu fanatismo rubro-negro. Ao falar do Flamengo, até ‘muda’ de modalidade.

“Estou sempre nos jogos do Flamengo. Sempre que tem, estou lá”, afirmou ao UOL Esporte, em entrevista feita em Las Vegas. Mas o principal motivo da animação com a equipe carioca é o time montado para 2011. Aldo já está empolgado com um possível show de Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e companhia. “Acho que conseguiremos levar a tríplice coroa: Estadual, Copa do Brasil e Brasileirão esse ano.”

De volta ao MMA, José Aldo está em fase final de recuperação de uma hérnia cervical. Depois de ter sua luta contra Josh Grispi, que seria em 1º de janeiro, cancelada, já se prepara para sua terceira defesa de cinturão contra Mark Hominick, no UFC 129, em 30 de abril. “Lógico que ainda sinto um pouco o ombro, mas já estou podendo treinar normalmente”, explicou o lutador manauara.

Em entrevista ao UOL Esporte, campeão do maior torneio de MMA do mundo ainda falou sobre a estratégia para o próximo rival, a fusão do WEC com o UFC, a responsabilidade de ser considerado um dos melhores do mundo e do carinho pelo seu técnico André Pederneiras, o Dedé, e a academia Nova União, no Rio de Janeiro.

UOL Esporte - Como está a recuperação de sua lesão?
José Aldo - A lesão vem desde quando eu disputei o cinturão com o Mike Brown. Senti bastante, mas apenas reduzi o treinamento e continuei trabalhando. Antes de enfrentar o Manny Gamburian, fui ao médico e decidimos somente tratar naquele momento e depois parar. Agora estou bom, mas é lógico que ainda sinto um pouco o ombro. Já estou podendo treinar normalmente. Nesse mês vou treinar bastante boxe e finalizo nos próximos dois meses no Brasil.

Pelo estilo do rival, o que você está planejando para a luta?
Eu ainda não sei direito, não paramos para pensar, mas ele é um striker. Vou sentar ainda com o Dedé para fazer um plano de luta e treinar forte em cima dele. Fazemos isso mais ou menos dois meses antes do combate. Agora, vou focar um pouco mais no boxe por ele ser um bom striker.

Você também é conhecido pelo seu lado torcedor de futebol. Tem conseguido ir aos jogos do Flamengo?
Sempre. Sempre que tem jogo do Flamengo, eu estou lá.

E qual é sua expectativa para esse ano, principalmente com o Ronaldinho no time?
Para mim, o ano já começou ótimo. Não terminou ruim o passado, quando conseguimos seguir na Série A. Com a chegada do Luxemburgo, também previa que teríamos um bom time. Agora com Ronaldinho, Thiago Neves e Felipe, prevejo um ano ótimo. Acho que conseguiremos levar a tríplice coroa: Estadual, Copa do Brasil e Brasileirão.

Se o Luxemburgo tivesse de escalar o José Aldo no Flamengo, em que posição seria?
[Risos] Ah... De lateral direito. Joguei já, não cheguei a ser profissional porque não tinha idade, mas joguei e treinei sério. Eu jogo no meio, ou na lateral direita. Sempre disputo o campeonato de peladas no Aterro do Flamengo nessas posições.

E o vídeo de você acertando a cesta de basquete com um chute, foi sério mesmo ou truque de edição? [Veja o vídeo acima]
[Risos] Opa, acertei sim. Mas fiquei bastante tempo tentando. Acho que ficamos mais ou menos uns 20 minutos. Sabia que uma hora ia entrar e consegui.

ALDO DENTRO E FORA DO OCTÓGONO

  • Ao lado dos outros campeões do UFC, Anderson
    Silva (médio) e Maurício Shogun (meio-pesado)

  • Ao lado de beldades, José Aldo foi premiado como o melhor lutador de 2010 no 'Oscar do MMA'

  • Em seu último combate, o brasileiro nocauteou o armênio Manny Gamburyan na edição 51 do WEC

Voltando para o MMA, que diferença faz para você a fusão do WEC com o UFC?
A fusão só veio para melhorar a situação de todos. Os lutadores de peso mais leve já mereciam estar em um evento tão grande quanto o UFC e agora conseguimos isso. Estar no Ultimate é ótimo, a visibilidade é bem maior. A imprensa em cima e o reconhecimento também são maiores.

Como é com 24 anos já ser colocado como um dos três melhores peso-por-peso? Como é lidar com isso, não deixar subir à cabeça?
Eu sempre falo com quem gerencia minha carreira que não ligo muito para isso. Se estou em primeiro, segundo ou terceiro, é a mesma coisa do que quando iniciei minha carreira, para mim não mudou nada. Mudou o assédio da imprensa e dos fãs, por exemplo, mas minha cabeça continua a mesma. Acho que não conquistei nada ainda, tenho muito a vencer.

Antes, você era um cara muito explosivo. Hoje parece que você estuda mais seu adversário. Como foi essa mudança?
Na verdade, acho que nem mudei. Depende muito do adversário. Antes não queria nem saber como ele viria, queria apenas ir para cima. Mas hoje, por eu ser o campeão e sempre ser difícil manter o cinturão, vou um pouco mais na boa. Querendo ou não, o adversário também faz um plano de jogo, assim como eu. Então prefiro deixar ele mostrar o que acha que pode fazer, para eu, em seguida, finalizar o trabalho.