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Após polêmica no UFC, árbitro Yamasaki é proibido de falar, mas mantém decisão

Mário Yamasaki fala com Joe Rogan e explica desqualificação de Erick Silva - Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images
Mário Yamasaki fala com Joe Rogan e explica desqualificação de Erick Silva Imagem: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

16/01/2012 18h01

Em meio a uma festa verde-amarela no UFC Rio, com apenas uma vitória de estrangeiro na madrugada do último domingo, um brasileiro acabou saindo vaiado: o árbitro Mário Yamasaki. Protagonista em um combate do card principal, ele desqualificou Erick Silva em um lance polêmico. Devido à repercussão, o brasileiro afirmou que está proibido de dar entrevistas, mas defendeu sua decisão naquele momento.

O problema na luta de Erick Silva foi com a execução de supostos golpes ilegais. Após derrubar o também brasileiro Carlos Prater com uma joelhada, o capixaba foi para cima com socos e, de acordo com o Yamasaki, que tomou a decisão final no resultado, acertou muitas vezes Prater na região de trás da cabeça, o que é proibido.

Em conversa por telefone com o UOL, o árbitro brasileiro afirmou que não pode comentar o acontecido. “A comissão atlética me proibiu de dar entrevistas para a mídia, até que este caso seja resolvido”, afirmou Yamasaki, um dos árbitros mais renomados do MMA e uma presença constante nos eventos do UFC.

Devido à proibição, o brasileiro preferiu manter o silêncio, mas mostrou que mantém sua opinião sobre a decisão feita no octógno. “Se você assistir ao combate em diferentes ângulos, vai enxergar que houve pelo menos cinco socos na região da nuca”, explicou ele, sem se alongar no assunto.

Erick Silva ganhou o apoio de lutadores, dos executivos do UFC e da torcida, que vaiou a decisão. Foi a segunda luta do capixaba no Ultimate, ambas no Rio, e ele completou apenas 90 segundos no octógono, com dois nocautes - apesar de agora ter computada uma derrota devido ao incidente. Erick e sua equipe vão recorrer para tentar ter o resultado no cartel como "no contest" (sem resultado).

Para Mário, além de ter de tomar a polêmica decisão, sua imagem acabou sendo prejudicada pelo fato de Joe Rogan, comentarista e repórter do UFC, ter questionado o árbitro ainda dentro do octógono, no calor do momento. Para Rogan, a desqualificação foi uma injustiça. O comentarista ainda assistiu ao replay dentro da jaula, analisando os supostos golpes ilegais.

Comentarista fala da polêmica

Nesta segunda-feira, Rogan falou novamente sobre o assunto e explicou sua posição enfática. “Mário é um grande cara e sempre fico feliz de vê-lo arbitrar. Mas quando eu entro no octógono, eu represento as pessoas que estão assistindo. Se um caso controverso acontece, sou forçado a confrontar com honestidade, porque é isso que eu gostaria de ouvir caso uma pessoa estivesse nesta posição”, afirmou ele, ao The Inderground.

Rogan mostrou que se arrependeu do tom usado. “Foi uma decisão controversa, sei que muitos concordam, mas também sei que é possível argumentar se foi ou não uma decisão errada”, adicionou.

Dana White também foi enfático logo após o combate, dizendo pelo Twitter que a decisão do árbitro foi uma “bobagem”. Ainda assim, defendeu Yamasaki momentos depois, na coletiva de imprensa. Ele tentou amenizar possíveis exageros da imprensa, pelo fato de Yamasaki ter errado dentro do seu país.

“Não ligo para qual é o país de origem do árbitro. O MMA é um esporte internacional. Mário já tomou muitas decisões corretas, não vamos crucificar o cara porque ele é brasileiro. Não vamos agir como es estivéssemos colocando a máfia em seu encalço”, disse o presidente do UFC, que tentará colocar o replay em vídeo como um recurso para momentos como o deste fim de semana.