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Sertanejo diz que torcida guiou virada e Jones foi inspiração em cotoveladas

De Chapéu, Sertanejo comemora vitória no UFC 142, em sua 2ª chance no evento - Josh Hedges/Getty Images
De Chapéu, Sertanejo comemora vitória no UFC 142, em sua 2ª chance no evento Imagem: Josh Hedges/Getty Images

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

18/01/2012 09h00

Felipe Arantes, o Sertanejo, foi o primeiro brasileiro a entrar no octógono do UFC Rio, sábado e quando olhou para as arquibancadas se surpreendeu com a quantidade já maciça de torcedores. O que ele ainda não sabia era que os brasileiros teriam papel fundamental em seu combate. O paulistano começou mal a luta, mas conseguiu virar para vencer pela primeira vez no Ultimate, com direito a um estilo Jon Jones de castigar seu rival.

O especialista em muay thai começou sua carreira no Ultimate no primeiro UFC Rio, mas acabou derrotado. Até de forma surpreendente para ele, foi chamado para uma segunda chance e, apesar das dificuldades contra o canadense Antonio Carvalho, provou seu valor. O exemplo claro foi o rosto judiado do estrangeiro, que recebeu diversas cotoveladas no “ground and pound”.

O domínio não aconteceu de cara, Sertanejo teve dificuldades no chão, sob o canadense, mas virou o jogo. “Eu ganhei por causa da torcida. Eu senti a galera gritando e é como se estivessem te empurrando. Parece que tem alguém do seu lado te dando força”, tentou explicar o peso pena.

“Esta luta foi mais do que eu esperava, melhor que isso era impossível. Eu tirei um peso das costas, precisava desta vitória para me manter no UFC”, disse Sertanejo, aplaudido desde a entrada com um som de Bruno & Marrone. “Não conseguia acreditar naquela galera gritando, no primeiro UFC Rio acho que ficaram mais contidos, porque lutei contra um brasileiro (Yuri Marajó), mas desta vez foi em peso.”

Sertanejo esclareceu que as cotoveladas usadas quando conseguiu ficar sobre o rival foram fruto de muita preparação. O espelho foi Jon Jones, um especialista nisso. “Acho que o melhor ground and pound atual é dele (Jones). Treinei bastante esta parte, porque se acerta (a cotovelada), você abre cortes mesmo e consegue se impor”, analisou.

Um competidor justamente da categoria em que tem o Brasil tem José Aldo como campeão, Sertanejo vinha estudando descer de categoria para os galos. No entanto, a vitória e a dificuldade em já se adequar aos 66 kg dos penas (galos são até 62) devem mudar os planos feitos antes do UFC Rio.

Depois de ter emendado Natal e Ano Novo treinando, Sertanejo passará por cerca de duas semanas de férias antes de retomar os treinos. Para o futuro, não escolhe rival, apenas quer repetir o que viveu no último sábado e, de preferência, encontrar-se com mais um estrangeiro.