Topo

MMA


Na volta ao UFC, Werdum diz que adversário 'é gordo, mas aguenta porrada'

Fabrício Werdum retorna ao UFC neste sábado, para pegar Roy Nelson no UFC 143 - Divulgação
Fabrício Werdum retorna ao UFC neste sábado, para pegar Roy Nelson no UFC 143 Imagem: Divulgação

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

03/02/2012 06h00

Fabrício Werdum teve seu ápice no MMA em 2010, quando surpreendeu o mundo e finalizou o lendário Fedor Emelianenko, pelo Strikeforce. Este ano, ele começa uma nova fase em busca de novas vitórias como esta e de um sonhado cinturão. O peso pesado está de volta ao UFC e reestreia no maior evento da atualidade contra o gordinho Roy Nelson.

SONHO NÃO MUDOU: 'QUERO A REVANCHE CONTRA CIGANO, VALENDO O CINTURÃO'

  • Divulgação

    A derrota de Werdum que o tirou do UFC em sua primeira passagem pelo evento foi dolorida. Afinal, quem imaginaria que o veterano estava encarando o futuro campeão do UFC, Júnior Cigano? Hoje, o sentimento é outro. Werdum falou muitas bobagens contra o rival antes do combate, mas o rancor do passado se desfez. "Estou torcendo por ele. Primeiro por ser um brasileiro no octógono. E segundo para eu ter a revanche e valendo o cinturão. Seria o auge reencontrar o único rival que me nocauteou podendo ser campeão do UFC", disse Werdum.

O especialista em jiu-jítsu fará a segunda maior luta do UFC 143, sábado, em Las Vegas, e sabe que tem de mostrar serviço para se consolidar no Ultimate, depois de fracassar em sua primeira passagem. Para isso, quer usar a cabeça e seu fôlego diante de um rival perigoso e, acima de tudo, muito resistente.

“Treinei muito, tem um gosto especial conseguir voltar ao UFC. Estou motivado, mas sei que uma luta de peso pesado é complicada”, explicou ele, que analisou Nelson. “Ele é um pouquinho gordo, mas tem resistência, aguenta a porrada. Foi como aconteceu com Cigano, em que ele aguentou até o final.”

Werdum afirmou que deu um bom enfoque à preparação física, caso tenha de suportar todos os 15 minutos de luta, mas não esconde que quer nocautear ou, de preferência, finalizar.

“Eu quero fazer uma luta bastante inteligente. No sentido de ser bem estratégico. Preciso evitar aquela ‘patata de urso’ que é a mão direita dele e me movimentar. Se puder, a ideia é fazer o primeiro round mais em pé e depois levar para o chão, que é a minha área”, detalhou ele, que vem de derrota para Alistair Overeem no Strikeforce.

Hoje com 34 anos, Werdum entrou no UFC em 2007, depois de uma boa carreira no Pride. Esperança de bons resultados, ele estreou com derrota para Andrei Arlovski e venceu os dois combates seguintes.

Já badalado, teve pela frente o desconhecido Júnior dos Santos, o Cigano. Muita provocação foi feita por parte do gaúcho, que pagou no octógono, sendo nocauteado em pouco mais de um minuto, e deixou o evento menos de dois anos após a assinatura.

Tal qual no Ultimate, uma boa série de vitórias marcou a passagem do lutador, incluindo a contra Fedor, mas a última apresentação não foi da forma que Werdum esperava, ao enfrentar Alistair Overeem.

“Eu estava bem mentalmente para a luta, mas meu corpo não respondeu. Eu passei do ponto no treino. Estava com muita vontade de enfrentá-lo após ter vencido por finalização no Pride. Mas houve dois adiamentos e eu me mantive treinando. Só depois fui ver que foi um ‘overtraining’. Mas isso me deixou ainda mais forte para este combate”, disse ele.

Com o Strikeforce cambaleando, Werdum passou o final de 2011 em campanha para voltar ao UFC, até pelo Twitter, enchendo a “timeline” do presidente Dana White de mensagens. A propaganda deu certo.

Depois de lutar o UFC 143, Werdum já tem compromisso marcado, mas não como lutador. Ele será um dos assistentes de Wanderlei Silva no reality show The Ultimate Fighter. O gaúcho será o responsável pela parte de jiu-jítsu dos lutadores da equipe de Wanderlei, que estarão em busca de um contrato com o Ultimate.