Senador ataca proposta de proibição de MMA na TV e pede artes marciais nas escolas

Em meio à febre do MMA, uma emenda proposta pelo deputado federal José Mentor (PT-SP) segue fazendo barulho entre quem apoia e quem é contra a modalidade. Nesta quarta-feira, o assunto foi debatido mais uma vez, com um ataque do senador Magno Malta (PR-ES), que defendeu a exibição das lutas na TV e ainda propôs incluir artes marciais nas escolas brasileiras.

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Mentor propôs em 2009 uma emenda em que tenta proibir a transmissão do MMA em emissoras de TV abertas ou fechadas, em uma época em que a Globo ainda não tinha os direitos de transmissão do UFC, maior evento da atualidade - na ocasião, apenas a RedeTV! transmitia combates, na madrugada.

Em um discurso exaltado, Malta atacou o autor do projeto. "Mentor, o senhor vai fazer um projeto para proibir o Big Brother Brasil na televisão?", questionou, em Brasília. “Um esporte sair da televisão? Não vai sair, não. A presidente Dilma tem é de incluir o esporte. Instituir o jiu-jítsu nas escolas, assim como se tem o wrestling nas escolas dos EUA. Colocar o boxe nas escolas, o muay thai... Abri-las nos fins de semana para ocupar as crianças.”

Magno é um amante das lutas e inclusive treina modalidades como o boxe. “Eu vou sair daqui e vou puxar o treino do Paulo Thiago (do UFC). Sei a importância do esporte para arrefecer esse malefício desgraçado das drogas”, adicionou.

Em entrevista ao UOL na semana passada, Mentor falou do projeto e defendeu que a agressividade das artes marciais mistas são inadequadas para a transmissão na TV, chegando a dizer:  “Rinha de galo é proibida. E a rinha humana, pode então?”.

Ainda no discurso desta quarta, Malta deixou o lado esportivo de lado e foi forte em suas palavras. “Temos é de proibir deputados de serem vistos bebendo e fumando. O problema do Brasil não é o MMA, é a bebida alcóolica e as pessoas que gastam milhares de reais para comprar um whisky, mas não dão um pão para quem está na rua”, completou, antes de voltar a focar no tema da emenda.

O projeto de Mentor agora está nas mãos da comissão de Ciência e Tecnologia. O relator designado pela comissão, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), dará seu parecer perante a todos os membros. Para ele continuar tramitando, precisa receber pelo menos metade da aprovação e mais um voto.

Depois disso, caso avance, ainda passa por outra comissão, de Constituição e Justiça, antes de ir para votação final no plenário da câmara.