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Mir nega imagem de vilão: "não quero quebrar o braço de Cigano, basta ele bater"

Frank Mir passa pela pesagem para encarar Cigano no UFC 146, em Las Vegas - UFC/Divulgação
Frank Mir passa pela pesagem para encarar Cigano no UFC 146, em Las Vegas Imagem: UFC/Divulgação

Maurício Dehò

Do UOL, em Las Vegas (EUA)

26/05/2012 10h00

O norte-americano Frank Mir ficou com sua imagem abalada entre os torcedores de MMA brasileiros após quebrar o braço de Rodrigo Minotauro em seu último combate, quando finalizou o baiano. No entanto, o ex-campeão afirmou que não é o vilão que muitos podem achar. Segundo ele, sua intenção ao entrar no octógono não é fraturar seus rivais, e isso se aplica a Júnior Cigano, a quem desafia pelo cinturão neste sábado, pelo UFC 146.

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"Eu nunca quero quebrar o braço de meus rivais, e também não quero quebrar o de Cigano. Mas é uma coisa que está fora do meu controle. Se eu vou finalizar alguém, tenho de colocar uma certa pressão em que isso pode acontecer, caso o rival não dê os tapinhas", afirmou Mir, que tentará chegar a campeão do Ultimate pela terceira vez na carreira.

Faixa preta em jiu-jítsu, Mir ficou conhecido por suas finalizações - ele tem o recorde da divisão dos pesados - e também quebrou o braço de Tim Sylvia, em 2004. Sua expectativa é de levar Cigano para o chão, para testar um aspecto ainda desconhecido do jogo do campeão, acostumado a apostar apenas em seu boxe.

"Não posso saber se meus adversários vão ou não bater. Mas sempre torço para que eles batam", explicou, salientando em seguida..

"Se eu fiquei feliz em quebrar o braço de (Minotauro) Nogueira? Claro que não. Se ele tivesse batido, eu venceria a luta e ficaria lindo. Mas quando um cara quebra o braço e pode ficar meses afastado, eu apareço como o vilão", completou o veterano.

Ex-campeão diz que não é de ferro

Questionado sobre seus discursos confiantes, as provocações, e a imagem de durão, Mir afirmou que fora dos eventos oficiais não mantem toda esta pose. Ele admitiu que enfrenta muita ansiedade antes de entrar no octógono, apesar de já ter 21 lutas em mais de uma década no MMA.

"Como qualquer pessoa, eu também fico nervoso. Antes de vir falar com a imprensa, tive de ir ao banheiro. Antes de uma luta, mal posso engolir qualquer coisa, de tão nervoso. Outros lutadores dizem que estão bem, tranquilos. Eu falo: "sério?". As coisas só ficam mais calmas depois de um dos dois lutadores tomarem o primeiro soco", contou o veterano.

"Não sou o único que sinto isso, mas acho que sou o único que admite. Eu já falhei, mas estou aqui lutando pelo cinturão. Eu apenas não desisto por causa dessas dificuldades", adicionou.

Mir também falou um pouco de sua vida pessoal, como o fato de sua mulher cuidar de sua carreira. Ele afirmou que é um meio de evitar que um empresário fique com uma porcentagem de seus ganhos e mostrou um lado até carinhoso: "Ninguém poderia tomar conta de mim melhor do que ela."