Primeira defesa de Cigano no UFC tem 'revanche' e card com 1,1 tonelada de pesados
![Cigano aproxima punho esquerdo do queixo de Frank Mir na encarada para o UFC 146 - Reprodução](https://conteudo.imguol.com.br/2012/05/26/junior-cigano-aproxima-o-punho-esquerdo-do-queixo-de-frank-mir-na-encarada-para-o-ufc-146-1338011140312_615x300.jpg)
Passaram-se 19 anos da criação do UFC e, apesar do gosto do fãs pela categoria dos pesos pesados, este sábado marcará a primeira vez que um card principal completo do evento contará apenas com pesos pesados, em Las Vegas. Serão dez gigantes dentro no octógono, e com um brasileiro puxando a fila: Júnior Cigano faz sua primeira defesa de cinturão, para se firmar no topo da categoria e, de quebra, tentar dar um gostinho de revanche ao mestre Minotauro ao enfrentar Frank Mir.
O octógono avaliado em R$ 200 mil receberá a partir das 19h45 (de Brasília) um total que, após a pesagem desta sexta-feira, ficou em 1.127 quilos, levando-se em conta apenas os dez lutadores do card principal. Isso significa também uma expectativa de combates movimentados e a possibilidade de nocautes fulminantes.
Nocautes, por sinal, são a especialidade de Cigano (108 kg), que pela primeira vez chega a um combate na condição de campeão do UFC. Ele conquistou o cinturão com uma vitória em apenas 64 segundos contra Cain Velásquez. A primeira defesa do catarinense seria contra Alistair Overeem, pego em exame antidoping e substituído por Mir (118 kg).
"Eu estou pronto para a luta. Se ele (Mir) não estiver, ela vai acabar rapidamente. Vou para ganhar por nocaute, no segundo round", afirmou na pesagem o brasileiro, mostrando muita confiança em seu jogo em pé e em anular possíveis tentativas de queda do finalizador Mir.
Cigano afirma que não vê o combate como uma revanche do ocorrido com Minotauro em dezembro do ano passado, quando Mir o venceu por finalização, com uma kimura, e ainda provocou uma fratura no braço do veterano brasileiro. "Minha motivação é apenas manter o meu cinturão o maior tempo que puder", disse ele. Minotauro adotou o mesmo discurso, mas já admitiu que o rival "é um mala" pelas suas provocações e que teria um gosto de ver Cigano vencer ainda maior.
Mir é um dos mais experientes lutadores do UFC em atividade e poderá se tornar pela terceira vez campeão do UFC, algo só atingido pelo compatriota norte-americano Randy Couture. "Sempre lutei bem contra bons boxeadores, como Júnior. Todos sabem da minha especialidade e, se não bater, correrá o risco de acabar como Minotauro", ameaçou Mir.
Ainda entre os pesados, a vítima de Cigano pelo cinturão, Velásquez (109 kg), vai encarar o estreante Antonio Silva, o Pezão, para tentar se aproximar de uma revanche. E o brasileiro tem certa tradição em vencer favoritos, como fez contra Andrei Arlovski e o lendário Fedor Emelianenko, ambos pelo Strikeforce. Pezão foi o mais pesado nesta sexta, com 120 kg, no limite da divisão.
Completam o card principal de pesos pesados mais três combates. O carismático gordinho Roy Nelson encara Dave Herman para evitar uma possível demissão do Ultimate. Stipe Miocic, da Croácia, pega Shane del Rosário, e Stefan Struve - o mais alto do UFC com 2,12 m - luta contra o Lavar Johnson, um dos grandes nocauteadores da categoria.
Card preliminar: shows brasileiros?
Outros três brasileiros entrarão no ringue no MGM Grand, em Las Vegas, e cada um chega com uma história curiosa, rendendo a promessa de bons combates. O manauara Diego Brandão, por exemplo, foi o primeiro brasileiro a vencer uma edição do The Ultimate Fighter, no fim de 2011, e estreia como contratado do UFC.
Influenciado por Mike Tyson e Wanderlei Silva, Diego ficou conhecido na casa do TUF como um nocauteador implacável e vitórias muito rápidas. Agora, promete manter esta pegada para enfrentar Darren Elkins.
Já Edson Barbosa ficou na lembrança dos brasileiros pelo nocaute de cinema no UFC 142, no Rio, com um chute rodado de rara plasticidade. Invicto em sua carreira, ele pega Jamie Varner, ex-campeão do WEC, para se colocar no bolo de rivais que briga pelo cinturão de Ben Henderson.
Por fim, Glover Teixeira deixou para trás uma história de ex-imigrante ilegal para enfim estrear no UFC. Ele finalmente conseguiu um visto norte-americano após morar sem permissão no país e, mesmo começando no evento aos 32 anos, quer provar que pode subir e lutar entre os melhores dos meio-pesados, categoria dominada por Jon Jones.
HISTÓRIA DOS PESOS PESADOS E ANÁLISES DO UFC 146
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