Rivais se rendem ao boxe de Cigano, e campeão ganha aura de imbatível após UFC 146

Que Júnior dos Santos tem o melhor boxe da categoria dos pesados - e possivelmente de todo o UFC -, todos já sabiam. Mas quando o campeão do Ultimate realizou sua primeira defesa do cinturão diante do excelente finalizador Frank Mir, a pergunta que estava no ar era se o seu jogo seria suficiente para lidar com isso. Com uma atuação irretocável, o catarinense provou que sim. Após o combate, Mir e o ex-campeão Velásquez rasgaram elogios em direção do brasileiro, que levanta a dúvida: qual será a chave para quebrar seu domínio?
PESO PESADO DO BOXE
RAPHAEL ZUMBANO ANALISA CIGANO
"O Cigano é um cara treinado por um dos melhores treinadores de boxe do Brasil. Luiz Dórea foi responsável pela carreira de Popó e de muitos outros. No MMA, ele consegue usar seu tamanho e ainda ter um bom jogo de pernas e um bom encaixe de golpes. Usa a seu favor a velocidade, a envergadura e a precisão. Isso o destaca, porque no MMA são poucos que sabem usar os punhos como boxeadores de verdade. Para pará-lo, talvez seja necessário alguém do seu tamanho, pois ele utiliza bem a distância, ou que enfim consiga levá-lo para o chão. Mas seu forte é o boxe e ele ainda deve fazer muito estrago com a nobre arte."
Durante todo o período anterior ao combate, Frank Mir fez provocações e afrmou que Cigano possuía "um só truque". E que num esporte chamado de artes marciais mistas, isso não seria o suficiente. Com o rosto inchado pelos golpes dados com a mão pesada do brasileiro, ele admitiu:
"O jogo de pernas de Júnior é uma das suas principais armas. Nenhum cara do nosso tamanho tem esse balanço. Toda vez que eu tentava acertá-lo, ele já não estava mais lá", elogiou Mir, que foi duas vezes campeão do UFC e tem duas vitórias sobre Minotauro no seu cartel.
"Não acho que tenha tentado muito cedo colocá-lo para baixo. Mas quando não funcionou, resolvi dar um tempo e fazê-lo esquecer disso. Eu estava preocupado com seu uppercut, por ser um golpe de boxe que ele já usou contra muitos, e queria tentar pegá-lo com alguma combinação. Mas quando lançava o primeiro golpe, ele já escapava. Ficou claro que saber o que fazer e fazer são coisas muito diferentes diante de Júnior", completou ele.
A ênfase no boxe de Cigano vem de sua criação como lutador. O catarinense começou a treinar jiu-jítsu quando foi morar em Salvador, mas encontrou sua maior qualidade quando virou pupilo de Luiz Dórea no boxe. O técnico baiano criou nomes como Popó, o campeão mundial Everton Lopes e os irmãos Nogueira, entre muitos outros.
"A cada vitória eu fico mais experiente. Eu cheguei muito confiante para mostrar ao Mir minhas habilidades no boxe e vencer. Apesar de ele tentar logo uma queda, depois de uns dois minutos eu fiquei a vontade na luta e foi só executar meu plano. Cansei meu rival no primeiro round e no segundo andei para frente para nocautear", afirmou Cigano, que cumpriu a promessa de triunfar no segundo assalto.
Durante o combate, Cigano conquistou três knockdowns com seus socos. Nos dois primeiros, deixou o rival se levantar para manter a luta em pé. No terceiro, o árbitro viu que Mir não tinha mais condições e encerrou o combate.
Dana e o ex-campeão Velásquez
Quando um jornalista perguntou na coletiva de imprensa sobre as qualidades de Cigano, o presidente do UFC Dana White voltou a tecer elogios ao brasileiro. Para ele, o campeão tem o pacote completo e pode ser o primeiro a defender o cinturão três vezes, o que seria um recorde na categoria.
"Júnior só não nocauteou Roy Nelson e Shane Carwin. Ele já mostrou que tem força, velocidade, defesas de queda... Simplesmente ele tem todas as qualidades para permanecer campeão por muito tempo", afirmou o dirigente.
Dana afirmou que vê Cain Velásquez como favorito para ser o próximo rival do brasileiro, o que seria uma revanche do combate que deu o título a Cigano, em novembro de 2011. Após vencer Pezão, o norte-americano também se rendeu ao talento do campeão e tentou explicar o que fazer para tentar tirar sua invencibilidade dentro do UFC.
"Eu pude assistir ao combate de Cigano e ele esteve muito bem. Como sempre suas mãos estavam ótimas, muito velozes. Ele é muito perigoso com elas e com seu trabalho de pés. Caso lutemos de novo, eu terei de ser muito diferente do que fui na primeira luta. Precisarei levar o combate a ele, tentar chegar perto de Júnior para ter a chance de executar meu jogo", disse Velásquez, nocauteado em 64 segundos pelo brasileiro no UFC on FOX 1.
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