Barão põe à prova recorde e mantém agressividade por cinturão do UFC: 'vou pra cima'
Em um esporte imprevisível como o MMA, vitória e derrota caminham lado a lado e detalhes definem um sucesso ou um tropeço. Para Renan Barão, não tem funcionado bem assim. O potiguar de 25 anos tem a série invicta mais longa do UFC, com 29 combates sem perder, e coloca este retrospecto em jogo neste sábado, no combate mais importante da sua carreira. Ele encara Urijah Faber pelo cinturão interino dos galos, e espera mostrar no octógono o que fez durante todos estes triunfos: um estilo agressivo, buscando terminar a luta o mais cedo possível.
Barão estreou aos 18 anos no MMA, com a única derrota na carreira. Desde então, são 28 vitórias e apenas um combate sem triunfo, em 2007, quando o duelo com Claudemir Souza ficou sem resultado, devido a um golpe ilegal. Hoje aos 25 anos, ele impressionou durante toda a sua caminhada no UFC e chega em meio a elogios à sua primeira chance de lutar pelo cinturão.
“Este cara aqui, Barão, está em uma sequência de 30 vitórias. Você nunca ouviu falar disso no MMA”, destacou o presidente do UFC, Dana White, sobre a campanha que não tem igual no esporte atualmente. Até o rival, Urijah Faber, que já criticou o nível dos rivais de Barão, admite que o número é impressionante: “Você não consegue uma série dessas sem ser mentalmente forte. Acho que ele virá muito bem, será uma guerra.”
Mesmo com o momento decisivo, Barão manteve durante toda a semana uma postura de tranquilidade, afirmando que só fará o “trabalho” habitual no octógono. Ao UOL Esporte, o potiguar disse que não mudará seu estilo, mesmo tendo tanto em jogo.
“Sempre coloco na minha cabeça que tenho de acabar logo, lutar sempre para frente, tentar nocautear e finalizar a todo momento. O objetivo é cair pra dentro mesmo e tentar ao máximo terminar a luta para conquistar o cinturão”, afirmou o peso galo.
Companheiro de treinos de José Aldo, campeão dos penas, Barão revelou que essa é justamente uma das dicas passadas pelo manauara, que já venceu Urijah Faber, nos tempos de WEC.
“Treinamos junto todos os dias e conversamos muito sobre essa luta. O Aldo falou que o Faber é um cara duro, um cara resistente. Disse é para eu confiar no meu jogo, porque estou bem treinado”, contou Barão. “Seria uma alegria enorme termos dois campeões na academia Nova União, eu e o Aldo.”
O lutador brasileiro começou a lutar em Natal, cidade onde nasceu, por influência do pai, professor de boxe. Depois, passou a lutar jiu-jítsu e o caminho para o MMA pareceu algo natural.
Depois de estrear com derrota na modalidade, Barão teve um longo período de lutas no Brasil e só após seu 25º combate - já com 23 vitórias somadas - ganhou uma chance no exterior, em 2010. Foram duas finalizações no WEC e depois, com a mudança para o UFC, somou dois triunfos por pontos e uma finalização. Entre seus 28 triunfos, seis foram por nocaute e 13 finalizando os rivais.
Devido a todo este sucesso, Barão foi uma escolha óbvia para enfrentar Faber quando o atual campeão dos galos, Dominick Cruz, sofreu uma lesão. O próprio Faber pediu para que o brasileiro fosse selecionado.
“Foi muito legal da parte dele, mostra que meu trabalho está sendo bem feito. Ele poderia ter fugido, mas me deu moral”, elogiou o potiguar. “Com certeza vou me sentir campeão com esta vitória, e depois não vejo a hora de poder enfrentar o Dominick Cruz e ser o único peso galo com o cinturão do UFC.”
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