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Brandão admite que sucesso subiu à cabeça após vencer TUF: 'aprendi tomando porrada'

O brasileiro Diego Brandão venceu o TUF em 2011, mas foi derrotado no UFC 146 - Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa
O brasileiro Diego Brandão venceu o TUF em 2011, mas foi derrotado no UFC 146 Imagem: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

08/10/2012 12h00

Diego Brandão surgiu como um furacão no UFC. Ele participou da 14ª edição do reality show The Ultimate Fighter, nos EUA, e conquistou o título com vitórias arrasadoras. No entanto, sua estreia em um evento regular da organização foi decepcionante. Com uma performance fraca e sem gás, ele foi derrotado no UFC 146, no que hoje o cearense admite ter sido um caso de sucesso que subiu à cabeça.

No próximo sábado (13), ele tem a chance de dar a volta por cima lutando no Rio de Janeiro, para mostrar que conseguiu consertar os problemas enfrentados há alguns meses, principalmente de cunho psicológico. O peso pena encara o norte-americano Joey Gambino e tenta se colocar novamente no trilho de seu sonho, o de ser uma lenda do MMA.

“Todo lutador passar por aquilo de deixar de treinar mais forte... Meio que subiu à cabeça. Eu fiquei preguiçoso para treinar”, admite o cearense. “Mas hoje estou bem mais maduro depois desta derrota, sei que depende de mim mesmo, e que não posso perder para a minha cabeça. Aprendi a lição tomando porrada na cara”, explicou Diego.

De acordo com o lutador, a ansiedade também é um obstáculo antes de seus combates, e ele está aprendendo a focar suas energias para o momento certo.

“Estou bem ansioso para lutar no Rio. Estou agoniado para ouvir o povo gritando “Uh, vai morrer!”. Mas não vou deixar que atrapalhe como na última luta, quando tinha aquele monte de fã em cima e esqueci o que tinha de fazer. Vou guardar essa ansiedade e jogar toda ela para cima do meu rival quando entrar no octógono”, explicou o peso pena.

Treinado por Greg Jackson, que cuida da carreira de Jon Jones, Brandão revela que o técnico teve conversas específicas com ele para amenizar os problemas e barreiras mentais que atrapalham o brasileiro. O objetivo foi aumentar o foco do atleta.

Brandão afirma que a morte do pai, ainda criança, é um episódio que ainda lhe traz dificuldades e que os problemas na vida pessoal acabam trazendo preocupações que deveriam ficar fora do âmbito profissional. “Ele falou que eu tenho de me focar, que preciso deixar estes assuntos de lado. Agora, consertamos minha cabeça, estou vivendo o presente, o hoje. E também estou com meu gás 100%, totalmente preparado para lutar”, garantiu.

A volta do estilo assassino?

Brandão é um fã incondicional de nocauteadores do mundo das lutas, como Mike Tyson e Wanderlei Silva, duas figuras que ele constantemente cita como influências para o seu estilo agressivo.

“Esse é o meu estilo. E quero que a galera me veja e queira lutar como eu, como um nocauteador. Eu gosto de dar show e quero ser uma lenda do UFC, como são Minotauro, Wanderlei, Vitor Belfort... Todos conhecem esses caras porque eles são guerreiros”, diz ele.

Contra Joey Gambino, no entanto, a estratégia é outra. Ele vai usar sua habilidade no jiu-jítsu, em que é faixa preta, para explorar o “buraco” no jogo do norte-americano e, mais tarde na luta, tentar o nocaute.

“O Gambino é um cara duro. Nós o estudamos e o buraco dele é o jiu-jítsu. Vamos deixar a trocação para a hora certa. Tem que ajeitar a casinha, pra depois nocautear. Apostar no jiu-jítsu no primeiro round, para jogar em pé no segundo”, detalhou ele.