Anderson e Minotauro lideram Brasil em UFC Rio improvisado mas com esperança de show
O UFC 153, mais conhecido como UFC Rio 3, foi um daqueles eventos que sofreu com a bruxa das lesões. E quase dançou. Mas, neste sábado, a capital fluminense recebe seu terceiro evento em apenas 14 meses, com um improviso que acabou até melhorando o card. Com uma série de combates que quase faz da noitada um “Brasil x Resto do Mundo”, os comandantes são mais uma vez Anderson Silva e Rodrigo Minotauro, um repeteco do que se viu em agosto de 2011, e com a expectativa de um novo show.
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Campeão dos médios, desta vez Anderson Silva vai ao octógono uma categoria acima, para enfrentar o meio-pesado Stephan Bonnar, já que o tempo de preparação foi curto. Minotauro encara mais uma vez um jovem lutador, com o grandão Dave Herman pela frente. Além deles, Glover Teixeira, Erick Silva, Demian Maia e o campeão do TUF Rony Jason integram um card forte, que começa com as preliminares às 20h (de Brasília) e tem as seis lutas principais marcadas para terem início às 23h.
Apesar da esperança de mais uma atuação espetacular de Anderson Silva, o campeão tem tentado baixar as expectativas. Ele chegou a dizer que a única intenção é voltar inteiro para sua casa, mas também mostra certa preocupação com esta pressão. “Esta luta é uma retribuição a todos os brasileiros, depois de o combate contra o Chael Sonnen ter sido transferido para Las Vegas. Será uma grande luta”, disse o Spider sobre o chamado às pressas, mesmo quando pretendia aguardar até 2013 para retornar ao octógono.
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Anderson já teve duas incursões pela categoria meio-pesado, e não encontrou dificuldades, mantendo sua carreira invicta dentro do Ultimate (são 15 vitórias seguidas). Apesar disso, o tamanho de Bonnar e seu queixo resistente mantém a atenção da equipe do lutador – que representa o Corinthians – em alerta, para evitar surpresas.
O próprio Bonnar sabe que é um azarão e até admite que sua própria família apostaria no brasileiro. Ainda assim, o vice-campeão do primeiro The Ultimate Fighter afirma que sabe como tirar Anderson da zona de conforto e não tem intenção de se abater com a técnica apurada do Spider. Bonnar ainda tem uma motivação extra, já que sua mulher, Andrea, está para dar a luz ao primogênito do casal, a qualquer momento – inclusive durante os três rounds de combate.
A volta de Minotauro
Sempre um dos mais festejados pela torcida, Rodrigo Minotauro volta ao UFC Rio com uma situação parecida com a que viu em 2011. Naquela ocasião, ele estava arriscado de demissão após derrotas e enfrentou o ascendente Brendan Schaub. O nocaute no primeiro round o colocou de volta ao jogo. No entanto, em dezembro do mesmo ano o baiano encarou Frank Mir para uma revanche, e foi finalizado, com direito a uma fratura no braço.
Depois de dez meses e um adiamento de sua volta – que seria no UFC 149 -, Minotauro terá de provar mais uma vez sua superação. Se antes de Schaub ele vinha de duas cirurgias no quadril, agora é a recuperação no braço que será avaliada, e diante de um lutador com bom poder de nocaute, Dave Herman, dos Estados Unidos.
Herman vem de duas derrotas, para Roy Nelson e Stefan Struve, mas impressiona pelos 15 nocautes em 21 vitórias que tem na carreira de 25 lutas. O peso pesado foi provocativo em suas declarações e, após dizer que não acredita no poder do jiu-jítsu, especialidade de Minotauro, afirmou que quer partir para a finalização. “É bom ele vir preparado, pois estou pronto para tudo o que ele vai trazer”, rebateu Minotauro, que ainda prevê mais três anos lutando MMA.
A novela que levou a estes combates no UFC Rio 3 foi longa. Começou com o anúncio de um card com José Aldo – que já tinha ficado fora do UFC 149, por lesão – para enfrentar Erik Koch. Além disso, o veterano Rampage Jackson pegaria o ascendente brasileiro Glover Teixeira. No entanto, Koch se lesionou e foi substituído por um lutador mais do que à altura: o ex-campeão dos leves Frankie Edgar, em uma superluta com o dono do cinturão dos penas Aldo. Mas um acidente de moto do manauara e uma lesão de Rampage mudaram tudo e causaram as entradas de Anderson e Minotauro, com um mês para se prepararem.
Confira os outros destaques da noite:
Glover x Maldonado: Depois de ver Rampage deixar o card por lesão, o meio-pesado Glover Teixeira viu o velho conhecido Fabio Maldonado ser colocado de substituto. Os lutadores já ficaram perto de se enfrentar outras vezes, mas o duelo nunca aconteceu, e desta vez chega cercado de declarações polêmicas e promessas de “sangue e porrada”. Glover é veterano e estreou tardiamente no UFC em maio, finalizando Kyle Kingsbury, uma vitória que o colocou em evidência. Já Maldonado perdeu seus dois últimos compromissos, mas sempre entrega combates movimentados e cheios de oportunidades.
Erick Silva x Jon Fitch: O capixaba Erick Silva, pupilo de Anderson Silva, segue em sua carreira ascendente. Apesar da desqualificação no UFC Rio 2, ele já se recuperou com outra grande atuação e tenta galgar passos importantes entre os meio-médios. Jon Fitch aparece como o rival mais difícil de sua carreira, por seu estilo “amarrão” de levar a luta para o chão, e por sua experiência, tendo disputado o cinturão da categoria, contra Georges St-Pierre.
Wagner Caldeirão x Phil Davis: o lutador "revelado" pelo Caldeirão do Huck tentará estrear de fato no UFC. Há alguns meses Wagner fez sua primeira luta no Ultimate, mas ela durou muito menos que o esperado. Phil Davis lhe deu uma dedada no olho, não proposital, e o combate não pôde prosseguir, por decisão médica. No entanto, o Ultimate agiu rápido e marcou um segundo encontro para o Rio.
Demian Maia x Rick Story: Depois de baixar do médio para o meio-médio, Maia vem de vitória contra o coreano Dong Hyun Kim, em uma luta rápida, definida por uma lesão do asiático. Ex-desafiante ao cinturão dos médios – perdeu para Anderson Silva -, o paulista busca uma nova chance pelo título com a mudança de peso. Story está no UFC desde 2009, e tem duas derrotas nas suas últimas três lutas.
No card preliminar
As seis primeiras lutas da noite também têm atrações de peso. Uma das maiores é a presença do campeão TUF Brasil na categoria pena, Rony “Jason” Mariano. O cearense volta ao octógono pela primeira vez desde a conquista, contra o norte-americano Sam Sicilia e tem feito lobby por outro reality show, o BBB.
Outros oriundos do reality show são Massaranduba, que faz duelo verde-amarelo com o tarimbado Gleison Tibau, e Sergio Moraes e Renee Forte, que se enfrentam no meio-médio.
Já Diego Brandão, o primeiro brasileiro a vencer uma edição do TUF nos EUA, no ano passado, tenta se recuperar da má impressão deixada no UFC 146, em que foi derrotado com uma performance bem abaixo das lutas arrasadoras que fez no reality show. O cearense diz que trabalhou seu psicológico, para poder entregar seu melhor no octógono novamente.
Card principal
Meio-pesado: Anderson Silva (BRA) x Stephan Bonnar (EUA)
Pesado: Rodrigo Minotauro (BRA) x Dave Herman (EUA)
Meio-pesado: Glover Teixeira (BRA) x Fábio Maldonado (BRA)
Meio-médio: Jon Fitch (EUA) x Erick Silva (BRA)
Meio-pesado: Phil Davis (EUA) x Wagner Prado (BRA)
Meio-médio: Demian Maia (BRA) x Rick Story (EUA)
Card preliminar
Pena: Rony Jason (BRA) x Sam Sicilia (EUA)
Leve: Gleison Tibau (BRA) x Francisco Massaranduba (BRA)
Pena: Diego Brandão (BRA) x Joey Gambino (EUA)
Meio-médio: Serginho Moraes (BRA) x Reneé Forte (BRA)
Médio: Luiz Cané (BRA) x Chris Camozzi (EUA)
Leve: Cristiano Marcello (BRA) x Reza Madadi (SUE)
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