Minoria, brasileiros sem apelido no UFC refutam usar novo nome e não temem marketing ruim
![Glover Teixeira (e) e Fábio Maldonado são alguns dos que não têm apelido - UFC/Divulgação](https://conteudo.imguol.com.br/2012/10/11/glover-teixeira-e-e-fabio-maldonado-se-encaram-na-coletiva-do-ufc-153-no-rio-1350008934748_615x300.jpg)
Anderson “The Spider” Silva, Júnior “Cigano” dos Santos, José Aldo “Scarfce”, Vitor “O Fenômeno” Belfort, Lyoto “The Dragon” Machida, Maurício “Shogun” Rua, Rodrigo “Minotauro” Nogueira, Wanderlei “Cachorro Louco” Silva e Fabrício “Vai Cavalo” Werdum.
Estes são alguns dos principais lutadores brasileiros do UFC cujos apelidos viraram marcas registradas em seus nomes e são cantarolados em alto som pelo apresentador do evento, Bruce Buffer, antes das lutas.
E não são só os principais lutadores que usam os apelidos. Assim como no futebol, o MMA vê uma enxurrada de atletas conhecidos por apelidos. Tem também Charles “do Bronx” Oliveira, Rony “Jason” Oliveira”, Hugo “Wolverine”, Thiago “Pitbull” Alves, Francisco “Massaranduba”, Rousimar “Toquinho”, Gabriel “Napão” Gonzaga, Wagner “Caldeirão”, Cezar “Mutante”, Paulo “Caveira” Thiago, John “Mãos-de-Pedra” Lineker e Antônio “Pezão” Silva, entre outros.
Mas, uma minoria dos brasileiros prefere ser conhecida apenas por seu verdadeiro nome e relutam acrescentar outros nomes. Os motivos variam. Muitos tiveram, inclusive, apelidos que foram criados tanto na adolescência ou vida pessoal, como na carreira de lutador. Mas não pegaram ou foram “barrados”.
Fabio Maldonado, Thiago Silva, Demian Maia, Rodrigo Damm, Thiago Tavares, Edson Barboza e Cristiano Marcello são alguns dos raríssimos casos em que não usam.
“Me chamavam de´ Fião´, ´Amigão´. Tem apelido que vem de infância e quando o cara não gosta, aí que pega. Na época de lutador, já fui chamado de ´Quebra Ossos´ por ter quebrado quatro ossos dos caras umas quatro lutas seguidas. Mas não pegou. Mas não sei, não tenho muita opinião sobre isso. Acho que quando as coisas fluem naturalmente, a coisa fica legal. Mas tem cada um, que são muito forçados. O Tito, [Ortiz], por exemplo, me troca de apelido”, falou o meio-pesado Fábio Maldonado.
“Atrapalhar [o marketing], acho que não atrapalha não. Pode ajudar, se o cara souber a fazer o marketing, como esse [Rony] Jason faz ao usar a máscara pra entrar na luta. Mas não acho que atrapalhe”, continuou.
Maldonado citou o agora aposentado lutador Tito Ortiz, que este ano deixou o UFC. Ele tinha o apelido de “The Huntington Beach Bad Boy” (o garoto mal de Huntington Beach) para“The People's Champ” (O campeão do povo).
Rodrigo Damm, hoje nos penas do UFC, reapareceu durante o reality show The Ultimate Fighter Brasil. Lá, foi marcado pelo comportamento sério e focado, avesso a brincadeiras em momentos desnecessários.
- "Na verdade, já se criou uma marca em cima do nome, não há necessidade de apelido", Cristiano Marcello, lutador dos leves do UFC.
Ele carrega isso em sua personalidade e diz que prefere não ter apelidos. Revela alguns que já teve, mas que sempre pediu para ser chamado pelo nome.
“Já tive vários apelidos, mas não sou muito chegado. Eu gosto que me chamem pelo meu sobrenome mesmo. Já fui conhecido como “Cara de doido” no jiu-jítsu, depois fui cortando isso e pedindo pra parar. Alguns das antigas só ainda me chamam. Hoje só me chamam pelo sobrenome mesmo”, comemora. "Acho que não faz diferença para o marketing. Prefiro ser conhecido assim como sou."
Cristiano Marcello, dos leves do UFC, conta que em sua participação no reality show americano TUF até lhe foi oferecida a chance de ter um apelido. Mas prefere seu nome, que já é conhecido do público, e diz que o marketing pode ser feito com o verdadeiro nome.
“Na verdade, já se criou uma marca em cima do nome, não há necessidade, perguntaram isso pra mim no TUF[ dos EUA], mas acho que não é necessário. Não dá pra eu mesmo colocar um apelido sendo que não tem algum que já pegou", explicou.
O empresário Alex Davis gerencia a carreira de muitos atletas brasileiros do UFC. Alguns com apelido, como Toquinho e Pezão, e outros sem, como Fábio Maldonado. Não é do tipo que tenta convencer o atleta a fazer algo que não quer, mas diz ver com bons olhos ter o apelido.
- "Me chamavam de´ Fião´, ´Amigão´. Tem apelido que vem de infância e quando o cara não gosta, aí que pega", Fábio Maldonado, meio-pesado do UFC.
Ele entende que pode se criar mais facilmente uma estratégia de marketing e que isso deixa o lutador mais popular para o público. “Apelido é um assunto até engraçado. Se lá fora [lutadores dos Estados Unidos] tem apelido, imagina no Brasil. Tem gambá, jacaré, tigre, tem de tudo. É engraçado. Eu acho que é legal e espontâneo”, falou.
“Ajuda a identificar o lutador. Acho muito legal e que ajuda as pessoas a identificarem o lutador. Diferencia e faz virar uma marca registrada. Às vezes viraram marcas”, falou.
Alguns apelidos pegam tanto que chegam até a parecer sobrenome e confundem as pessoas. O campeão interino do peso galo do UFC é o brasileiro Renan Barão. Mas, na verdade, seu nome é Renan do Nascimento Mota Pegado.
“Barão” surgiu por sua avó ter gostado de um personagem de uma telenovela da Globo que existia um barão. Passou a chamar assim o neto.
“Acho que é bom ter apelido porque ajuda no marketing sim. A maioria usa apelido. Tenho esse desde os cinco anos de idade, e ter apelido pode deixar você mais conhecido do que com seu próprio nome.”
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