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KLB Bruno rebate críticos antes de estreia por diversão: 'não preciso do MMA para viver'

Bruno Scornavacca, baixista e cantor no KLB, estreia dia 16 de dezembro no MMA - Leandro Moraes/UOL
Bruno Scornavacca, baixista e cantor no KLB, estreia dia 16 de dezembro no MMA Imagem: Leandro Moraes/UOL

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

11/12/2012 11h00

A notícia da estreia como lutador de MMA de Bruno, do KLB, pegou de surpresa os entusiastas da modalidade. Acostumado às críticas em relação ao som pop romântico de sua banda, o caçula do trio voltou a ter de suportar comentários negativos, com muitos fãs das artes marciais mistas o chamando de oportunista ou aventureiro. Acostumado, o músico ignora os críticos pelo simples fato de que sua decisão foi baseada não em uma mudança de carreira, mas no simples desejo de se divertir e se testar dentro da jaula.

“A filosofia da minha família é essa: fazer o que você tem vontade, para não se arrepender lá na frente. Então, estou fazendo. Mas não estou aqui para provar nada a ninguém, e nem já definir uma carreira. Estou porque gosto, porque tenho vontade. Não preciso disso para viver”, explicou ele.

Bruno estreia no próximo domingo no Fair Fight, evento que será realizado na casa de shows Via Funchal, em São Paulo. No peso meio-médio, ele vai encarar o jovem Diego “Ramones” Mercúrio, que recentemente provocou o músico e prometeu um duelo pop x rock. O KLB entrou na brincadeira: “se ele perder, vai ter de ouvir muito KLB”.

O UOL Esporte acompanhou uma manhã dura de treinos do músico. Sem colher de chá dos colegas, Bruno foi colocado para suar, com o intuito de chegar afiado para a estreia, quase dez anos depois de começar a treinar MMA. Depois, da sessão, o músico/lutador falou das críticas, do sonho de ir longe no MMA e prometeu ir para o nocaute: “um de nós vai cair”. Confira:

UOL Esporte: Como você se sente poucos dias antes do que pode ser a estreia de uma nova carreira para você?
Bruno Scornavacca:
Eu estou muito confiante, primeiro porque já tenho uma imagem diferente desta do MMA. Não estou aqui para provar nada a ninguém, e nem mesmo para seguir necessariamente uma carreira. Estou aqui porque eu gosto, porque tenho vontade. Não preciso disso para viver. Estou muito ansioso, os treinos estão sendo puxados e quanto mais rápido chegar, melhor. Tudo o que estou sofrendo neste treinamento eu quero descontar na hora.

Você poderia ter entrado na miúda, fazendo uma luta sem tanto alarde, mas não ligou para isso...
Até pensei: ‘Será que me atiro de cabeça? O que as pessoas vão achar?’ Mas não preciso provar nada a ninguém, eu vou fazer o que tenho vontade. Lógico que tem críticas, tem gente falando, mas isso não atinge meu psicológico.

Como você encara estas críticas de quem diz que você está entrando de "paraquedista" no MMA?
Eu vivo no KLB, e é o ditado: ‘falem mal, mas falem de mim’. Eles são burros, porque fazendo isso eles dão mídia e elevam nossa moral. A filosofia da minha família é essa, fazer o que você tem vontade, para não se arrepender lá na frente. Então, estou fazendo.

Qual será a diferença de adrenalina do palco para o ringue?
Vai ser diferente, primeiro, porque vou sair na porrada (risos). Segundo, porque no show as pessoas querem me ver feliz, sem correr riscos. Na luta não. Com certeza vai ter caras contra mim, e eu vou subir para tomar soco na cabeça. É uma adrenalina diferente. Eu sei como reajo com o público gritando meu nome, torcendo por mim, mas nunca tive uma torcida contra. Vamos ver como vou me sair...

O MMA já é um bom caminho financeiramente, ou o KLB rende mais?
O show do KLB ainda paga mais. Não tem nem comparação. Não estou aqui para viver disso, ganhar dinheiro, não é para aparecer, nem nada.

FAMÍLIA FICOU CHOCADA

  • O inseparável trio de irmãos do KLB é conhecido pela carreira musical recheada de hits românticos. Longe dos palcos, outra paixão sempre os uniu: o gosto por lutas e artes marciais. Mas, antes do baixista e cantor Bruno Scornavacca declarar que faria sua estreia no MMA, ninguém achou que um dia o esporte poderia virar carreira. Nem mesmo o pai deles. Mas o caçula dá largada na sua “carreira solo” no Fair Fight, dia 16 de dezembro, em SP.

Quando você percebeu que estava pronto para fazer a estreia?
Faz quase 10 anos que treino MMA. Comecei no judô aos cinco anos, fiz taekwondo - faltaram três faixas para chegar à preta - então as artes marciais sempre estiveram na minha vida. Sempre tive vontade de competir, mas nunca tive oportunidade, ou nunca me senti apto. Quando comecei a treinar com gente como o Felipe Sertanejo e o Charles do Bronx, do UFC, eu pensei: ‘se eu saio na mão com esses caras, por que não me arriscar e fazer uma coisa que tenho vontade?’. Foi daí que veio a ideia de subir no ringue profissionalmente.

Como foi a reação da sua família nessa história toda?
Nós começamos no judô juntos, o Leandro é profissional de boxe e o Kiko é faixa preta de taekwondo. As coisas sempre foram juntas na nossa vida, como a banda. E eles me apoiaram agora. Meu pai foi quem mais ficou preocupado, até fiquei surpreso com isso. Ele sempre foi o maior incentivador, mas a hora que ele descobriu, que leu a matéria no UOL, disse: ‘isso é mentira né?’. Eu falei, ‘Não, é verdade’. Ele ficou bem preocupado.

Você vai lutar no 77 kg, meio-médio. Está sendo difícil se adequar?
Eu peso normalmente 85 kg, mas há uns meses eu estava com 92 kg, há três meses. A única coisa que eu mudei é que eu comia uma vez por dia. Chegava e jantava um pratão e dormia. Por isso eu engordava.

E o que pode dizer do combate com o Diego Mercúrio. Já o estudou?
Eu assisti a algumas lutas. Acredito que não tem cara bobo no MMA. Soco na cara é soco na cara. Você está sujeito a qualquer coisa. Ele está me respeitando, muito porque ele não sabe como eu luto, como eu treino, nunca viu nada de mim. Há um respeito mútuo, mas, se eu ganhar, ele vai ter que escutar muito KLB (risos).

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Como você imagina esta estreia, quando o cage for fechado?
A luta sempre começa em pé, então vamos trocar umas porradas em pé. Mas, se for levado para baixo, também é um território que estou treinando muito bem. Acredito no nocaute. Um de nós vai cair.

E depois, como vai ser se vencer?
Eu tenho meus sonhos. Cresci vendo lutas do UFC. Então, sempre falei “pô, eu queria uma dia estar lá”. Mas estou focado na luta de sábado, estou focado no momento. Não estou pensando em outras lutas. Depois posso até querer fazer outras, mas não sei se vou seguir carreira nisso, porque vou ter que me dedicar ao KLB. Mas, tendo oportunidade e tempo para treinar, vou em frente.

Enquanto você luta, como anda a banda?
A gente deu uma parada. O Kiko se candidatou a vereador e com essas coisas paralelas, demos uma afastada da banda. Foi por causa disso também, por estar sem fazer nada, que eu entrei de cabeça, comecei a treinar de verdade e isso me incentivou. Para o ano que vem já temos umas músicas e vamos entrar em estúdio para gravar um disco novo.