Topo

MMA


Sob desconfiança, São Paulo estreia fase de eventos menores do UFC no Brasil

Vitor Belfort e Michael Bisping se encaram sob olhar do diretor Marshall Zelaznik - Leonardo Soares/UOL
Vitor Belfort e Michael Bisping se encaram sob olhar do diretor Marshall Zelaznik Imagem: Leonardo Soares/UOL

Jorge Corrêa e Rafael Krieger

Do UOL, em São Paulo

19/01/2013 06h00

Em 1998, a cidade de São Paulo foi sede do primeiro UFC já realizado no Brasil. Depois de 15 anos, o evento cresceu tanto que a capital paulista patina para voltar a recebê-lo. Impasse com a verba da prefeitura, ginásio antigo e ingressos encalhados estão entre os problemas enfrentados pela organização. Mas a desconfiança que paira sobre a edição paulistana não ameaça o que deve ser o início de uma nova fase do Ultimate no país.

“Posso dizer que isso não muda em nada nosso compromisso com São Paulo ou com o Brasil. Vamos voltar”, esclareceu o diretor de assuntos internacionais do UFC, Marshall Zelaznik, ao falar sobre a ameaça de cancelamento do contrato de patrocínio no valor de R$ 2,5 milhões com a prefeitura de São Paulo, depois que o ministério público considerou “abusivo” o gasto.

O diretor avisou que o evento deste sábado será o primeiro de uma série de shows menores que a organização irá promover no país em 2013. Principal mercado emergente do MMA, o Brasil passou no teste desde o ano passado, quando recebeu três edições de grande porte: os UFCs 142, 147 e 153.

No primeiro semestre de 2013, o Brasil não irá receber nenhum desses eventos numerados, que contam com cards mais atraentes para serem vendidos apenas em pay-per-view nos Estados Unidos. São Paulo, por exemplo, terá o UFC on FX, que ao lado das edições transmitidas pelo canal Fuel, fazem parte dos shows secundários do Ultimate.

Marshall Zelaznik avisou que o Brasil receberá outros dois desses eventos de menor porte ainda no primeiro semestre de 2013. O próximo deverá ser em maio, e depois haverá a final do The Ultimate Fighter Brasil 2, prevista para junho. No segundo semestre, estão previstas mais três edições, sendo pelo menos uma no formato UFC on FX ou Fuel.

A confiança no Brasil para sediar um número maior de eventos já fez o presidente Dana White afirmar que o país está pronto até mesmo para receber cards sem lutadores brasileiros. A impressão do chefe foi confirmada no treino aberto do UFC São Paulo, em que os torcedores mostraram conhecer os participantes estrangeiros, e chegaram a aplaudi-los ao invés de vaiá-los.

Assistir aos lutadores dentro do octógono, no entanto, será mais difícil. Não pela disponibilidade dos ingressos, mas sim pelo preço. O ingresso mais barato é vendido a R$ 400, bem mais do que as entradas populares do UFC Rio 1, que custavam R$ 275. Para piorar, as lutas não terão transmissão pela TV aberta.

A explicação do diretor do UFC é a capacidade menor do ginásio do Ibirapuera: "A questão é que no Rio conseguimos lotar com 14 ou 15 mil pessoas. Aqui, não passa de 11 mil assentos. Tivemos de aumentar para a renda ficar equivalente", disse Marshall Zelaznik. Segundo ele, apenas os ingressos mais caros, de R$ 1.800, já foram esgotados para a edição paulista. 

Além da capacidade menor, o ginásio do Ibirapuera apresenta outros problemas devido à estrutura antiga. A falta de ar condicionado é o principal deles. Durante a pesagem, o dono do UFC, Lorenzo Fertitta, não escondeu a insatisfação com o calor em cima do palco e gesticulou mais de uma vez para membros da organização, abanando a si mesmo.

Será debaixo do calor dos holofotes que Vitor Belfort tentará barrar Michael Bisping no UFC São Paulo. Caso vença, o inglês passa a ser o favorito a disputar o cinturão dos médios com Anderson Silva. O combate será o último do card principal, que começa à meia-noite (de Brasília). Às 20h30, têm início as sete lutas preliminares, com acompanhamento ao vivo do Placar UOL.