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Apesar de patrocínio, filho de Ronaldo diz que "se diverte" no MMA e espera a aprovação do pai

Aiuri Rebello

Do UOL, em São Paulo

01/03/2013 06h00

"Não é hora de pensar em carreira profissional nas lutas, por enquanto eu quero me divertir", afirma Ronald Domingues Nazário de Lima, 12 anos, filho de Ronaldo Fenômeno, que na noite da última quinta-feira assinou contrato de patrocínio com a Naja Extreme, marca de roupas e material esportivo, para treinar MMA. Para o jovem, o momento é de ir com calma, aproveitando o treinamento para ver se, quando tiver idade (no Brasil apenas maiores de 18 anos podem lutar MMA profissionalmente), seguirá mesmo no mundo das lutas.

Ronald diz que ainda não conversou com o pai sobre o assunto, mas tem certeza que ele irá apoiá-lo. "Meu pai sempre me apoiou em tudo que eu quis fazer até hoje, como jogar bola e ser DJ", diz o jovem. Ronaldo não foi ao evento de assinatura do contrato.

Faixa branca em jiu-jítsu, Ronald conta que começou a praticar a luta marcial no início de 2012. "Comecei a treinar com o namorado da minha mãe, que é faixa preta em jiu-jítsu e sempre disse para eu tentar e ver se gostava. Me apaixonei", diz o filho de Ronaldo. Praticando o jiu-jítsu duas vezes por semana, Ronald começou os treinos específicos de MMA também no ano passado, uma vez por semana.

Após a assinatura do contrato de patrocínio, confidencial e sem valores divulgados, Ronald participou de um treino de jiu-jítsu ao lado dos colegas na academia que frequenta, na zona leste de São Paulo. Segundo ele, não tem moleza por ser filho do Ronaldo. "Às vezes, acho que até pegam mais pesado por isso", brinca ele.

Agora, pretende encaixar na rotina de treinos e de estudos também o muay thai. "Eu lutei judô dos cinco aos 10 anos de idade, então já cheguei no jiu-jítsu com uma base que me ajudou muito", diz Ronald.

A mãe, Milene Domingues, dá total apoio ao filho precoce. "Se ele é feliz, estou feliz. Apoio tudo que ele queira fazer se for para o bem dele", diz a mãe coruja. Ela diz que não fica preocupada com a perspectiva do filho se tornar lutador, e acha que o fato de ter sido atleta (quando casou com Ronaldo, Milene era jogadora de futebol e a "rainha das embaixadinhas") ajuda a entender melhor a rotina do esporte.

"Os treinos são feitos com todo o profissionalismo e cuidado, estou supertranquila", diz ela. "Se mais para a frente ele for lutar mesmo, aí vamos ver". Foi ela quem estimulou o filho a praticar judô quando era mais novo.

Ronald diz que é um grande fã de Anderson Silva, mas não o conhece muito bem. “Conheci o Aranha em uma festa com o meu pai. Conversamos rapidamente e foi a única vez que o vi”, diz o menino. O jovem contou que quando há lutas do atleta no UFC, organiza “baladas” para assistir às lutas em sua casa. “Chamo os amigos e fazemos aquela bagunça, acompanhamos todas as lutas até ver a do Anderson. Ele é o cara.”

'Fenômeno do tatame'

Além de Ronald, a empresa assinou patrocínio com Rubens Lopes da Silva e Rodrigo Martins Ribeiro, ambos lutadores profissionais faixa-preta de jiu-jítsu.

Para Eduardo Grinaldi, gerente-geral da Naja Extreme, Ronald tem tudo para ser "um fenômeno do tatame". Grinaldi afirma que 'descobriu' Ronald por meio do Facebook. "Vi ele postando que estava treinando MMA e estava adorando", diz ele. "Fizemos contato com a Milene e viemos ver ele treinar, para ver se era sério e se levava jeito", afirma Grinaldi. Entusiasmado com a disciplina do jovem e seus 1,80 metro e 79 quilos aos 12 anos de idade, diz que ofereceu o patrocínio.

O gerente-geral afirma que a marca está buscando em 2013 patrocinar jovens na faixa dos 12 anos que apresentem potencial para ser bons lutadores no futuro. Segundo ele, a marca já conta com outro jovem, praticante de judô, da mesma idade que recebe o mesmo patrocínio para treinar. Dos doze atletas patrocinados pela marca, apenas os dois não são profissionais.

Apesar de não revelar valores, Grimaldi diz que o patrocínio envolve uma bolsa em dinheiro, roupas para treino e material esportivo, como luvas e protetores, entre outros. "A gente faz questão de deixar claro que não existe nenhuma pressão para estes meninos sejam atletas profissionais desde agora. É um estímullo para continuarem a treinar e, se gostarem, mais para a frente terem a possibilidade de pensar em virar atletas profissionais", diz Grimaldi.