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Velásquez diz que precisa vencer Pezão para legitimar cinturão dos pesados do UFC

Cain Velásquez que se validar como campeão ao defender título - Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images
Cain Velásquez que se validar como campeão ao defender título Imagem: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images

Evelyn Rodrigues

Do UOL, em Las Vegas (EUA)

25/05/2013 15h00

Em 29 de dezembro de 2012, Cain Velásquez voltava ao topo da divisão dos pesados do UFC ao dominar os cinco rounds do duelo contra o brasileiro Junior dos Santos. Apesar da vitória incontestável, o norte-americano acredita que ainda precisa passar por Antonio Pezão neste sábado, em duelo válido pelo UFC 160, para se legitimar no posto de campeão.

“Eu sinto como se nós dois (Pezão e eu) estivéssemos lutando por um novo cinturão. Eu preciso conquistar esse posto defendendo o título para ser o verdadeiro campeão. Eu quero vencer os melhores caras, não quero somente vestir o cinturão como um adorno”, declarou ele ao UOL Esporte. “Eu só quero estar no topo agora, o máximo de tempo que eu conseguir, no nível mais alto como competidor e saudável”, completou.

Conhecido como um dos lutadores mais completos da história da categoria, o norte-americano teve uma rápida ascensão na carreira e se consagrou campeão pela primeira vez em 2010, depois de nocautear nomes como Rodrigo Minotauro e Brock Lesnar. 

O primeiro reinado do atleta, no entanto, se encerrou com a primeira e única derrota de sua carreira - para o brasileiro Junior Cigano em 2011. Velasquez então voltou aos treinos, disposto a reconquistar o título de campeão – o que ele fez em 2012 vingando sua primeira derrota contra Junior. 

Naquele momento, depois de recuperar o cinturão, o norte-americano  finalmente abandonou por alguns minutos o semblante sério que o acompanha diariamente nos bastidores do Ultimate e sorriu – ou pelo menos tentou.

 “Eu tenho dificuldades para sorrir quando estou trabalhando”, justificou o atleta. “Aqui eu visto o personagem lutador, então eu fico mais sério, mas em casa e com meus amigos eu sou mais relaxado. O Cain lutador é mais fechado, mas o Cain pai é diferente”, garantiu.

Raízes mexicanas e tratamento de herói

Velasquez é a personificação da diversidade étnica do UFC nos EUA.  Filho de pai mexicano e de mãe norte-americana, ele passou por muitas dificuldades antes de conseguir se firmar com sucesso na carreira de lutador.  O pai entrou nos EUA ilegalmente e foi deportado 6 vezes antes de conseguir se fixar no país. Em homenagem a essas raízes, ele  ostenta em seu peito a  tatuagem “Brown Pride” – expressão que significa “Orgulho Mexicano”.

“O povo do México é considerado um povo batalhador, que trabalha duro e que não desiste e foi por isso que decidi fazer essa tatuagem”, lembra o lutador. “Eu a verdade queria mostrar que os mexicanos também poderiam conquistar seus objetivos e realizar seus sonhos”, acrescenta.

O campeão dos pesados garante que não se sente pressionado por representar um país que não é o que nasceu. “Eu não sinto nenhum tipo de pressão por isso., até porque antes de recuperar o cinturão eu não sabia que tinha tantos fãs assim. A vitória contra o Junior dos Santos foi importante para que o esporte  fosse mais propagado no México. Temos excelentes lutadores por lá e acho que, com isso, o Ultimate ganhou mais força para realizar eventos em solo mexicano e continuar desenvolvendo o esporte no país”, complementou.

UM DAVI ENTRE VÁRIOS GOLIAS

  • Evelyn Rodrigues/UOL

    Com 1,85m Cain já venceu caras muito maiores do que ele na divisão dos pesados, caso de Cheick Kongo (1,93 m), Brock Lesnar (1,91m) e Junior Cigano (1,96m). Hoje à noite o desafio é contra Antonio Pezão Silva, no alto dos seus 1,93 metros. Apesar de enfrentar Pezão pela segunda vez, Cain acredita que o duelo será muito diferente do primeiro. “Da primeira vez ele se cortou e teve todo aquele sangue, mas isso é o meu jeito de usar as regras. Cotoveladas são permitidas e eu estava em uma boa posição”, declarou. Dessa vez a luta vai ter cinco rounds, mas fora isso as coisas não mudam muito. Acho que vai ser uma luta dura e eu respeito muito o Pezão, acho que ele vai vir completamente motivado a tomar o que é meu”, completa. O norte-americano também afirma que estudou muito o jogo do brasileiro. “Ele já enfrentou o Daniel (Cormier), o Mike Kyle, que são alguns caras que treinam comigo, então você pode estudar o seu oponente de várias formas e esse é um jeito. Eu tenho o meu próprio caminho e faço as coisas do meu jeito”, afirmou.