Pioneiro festeja 'moda' dos chutes rodados no UFC e prepara surpresas

Edson Barboza marcou seu nome na história do UFC no dia 14 de janeiro de 2012. No Rio de Janeiro, ele enfrentava Terry Etim quando, num movimento de plástica ímpar, girou seu corpo estendendo a perna direita e acertou o calcanhar no queixo do rival. Nocaute instantâneo, premiado como o melhor do ano no "Oscar do MMA". Passaram-se alguns meses e, recentemente, a moda do chute rodado do carioca parece que pegou. Já são mais três golpes muito similares, todos rendendo nocautes: Uriah Hall, Vitor Belfort e, no último sábado, Júnior Cigano.

Para Edson, assistir a outros lutadores seguindo seu exemplo é motivo de comemoração: "Tive sorte de ser o primeiro a acertar o chute rodado. Muita gente soltava e não conseguia acertar. Assim como eu não acreditava e acertei, agora as pessoas começaram a acreditar e acho que vão acertar muito mais", afirmou Barboza, ao UOL Esporte, depois do boxeador Júnior Cigano chocar o mundo e nocautear com as pernas Mark Hunt no UFC 160.

O detalhe do chute rodado é a força com que ele é desferido. Mesmo no caso de Cigano, que não acertou precisamente o calcanhar na cabeça de Hunt, o impacto levou o neozelandês ao chão, facilitando o serviço do catarinense em fechar o duelo.

"Você gira com seu corpo inteiro, então é muito forte. Não precisa ser só o calcanhar, se pegar mais ou menos machuca e já é nocaute. O principal é pegar o tempo certo do adversário, ver se ele está andando para frente ou para trás", detalha o lutador de Nova Friburgo, que se prepara em Nova Jersey para o UFC 162, em julho.

Pioneiro do golpe no UFC, Edson Barboza chegou ao MMA depois de uma carreira excelente no muay thai. E, curiosamente, sequer repassava este golpe específico durante suas sessões na academia.

"Eu não treinava mais (o chute rodado), usava quando era pequeno, mas depois parei. Ele é muito difícil, e eu apenas vi uma chance, tentei e deu certo", relembra ele, sobre o triunfo no UFC Rio 2, falando com orgulho. "Com certeza é algo que vai ser lembrado, vou carregar para o resto da minha vida e fico muito feliz por isso."

Edson quer mais nocautaços

Se antes de encaixar seu chute rodada Edson não o treinava, agora ele admite que mudou de postura e está praticando este e outros movimentos para tentar surpreender seus rivais novamente. Ele vem de uma vitória por nocaute sobre Lucas Martins no UFC de São Paulo, em janeiro, mas com as mãos.

Para o UFC 162, em que encara John Makdessi no próximo dia 6 de julho, Edson mostra confiança. Ainda mais pelo fato de seu último compromisso ter marcado a volta às vitórias, uma vez que ele perdeu pela primeira vez no MMA no UFC 146, em maio de 2012, nocauteado por Jamie Varner.

"Eu treino muito e me sinto cada vez melhor. Com certeza aquele chute ficou na minha lista de movimentos que treino bastante, entre vários outros que eu pratico todo dia. Se aquele deu certo sem treinar, imagina treinado! Pode ter certeza de que esse ou outros até mais legais tem chance de sair", completou o brasileiro.