Argentino culpa maratona por lesão no TUF e diz: "lutaria a final agora"
Santiago Ponzinibbio ganhou uma vaga na final do TUF Brasil 2, mas não poderá lutar para ser campeão do reality show do UFC, devido a uma fratura no braço. A lesão aconteceu na semifinal do programa e levou o "argentino gente boa" para a mesa de operações. Destaque do TUF, ele lamenta o problema e considera que a maratona de lutas por que passou pode ter causado o problema.
E ele não se abate: comemora ter superado a barreira do preconceito e conquistado fãs brasileiros, treina com uma só mão para voltar rapidamente e já sonha duelar com William Patolino no futuro, para um tira-teima.
Em entrevista ao UOL Esporte, ele admitiu que é difícil ver Patolino e seu substituto, Léo Santos, a poucos dias de se enfrentarem em Fortaleza, no UFC deste sábado.
"Se eu falar que tanto faz, vou estar mentindo. Estou vendo as coisas pela imprensa e penso: pô, quem era para estar ali sou eu. Mas lamentavelmente não deu. Dei meu melhor sempre, mas a comissão atlético não me liberou para lutar", disse ele, que se mudou há cerca de quatro anos para o Brasil para ser lutador - e para seguir o sonho, dormiu na praia, trabalhou de garçom e até como massagista.
A garra mostrada durante todo o programa acompanhou Santiago na hora da lesão. Durante o primeiro round com Léo Santos, na semifinal, ele caiu e quebrou o braço. Ainda assim, lutou até o fim e venceu. O argentino lembra que, por conta do calendário apertado do TUF, estava lutando pela terceira vez em 12 dias, e vê o stress e o cansaço como possíveis fatores que contribuíram para a lesão.
"Eu quebrei o rádio, logo no primeiro round. Uma fratura em duas partes, tive que colocar placa de metal e tudo. É uma lesão que demora um pouco, mas logo estou voltando. Ali nós lutamos muitas vezes. Eu fui o último a lutar nas oitavas de final, o último a luar nas quartas e o primeiro a fazer a semifinal. Era duro", contou o argentino, que quer voltar em setembro.
"Por mim eu lutava a final do TUF, lutava agora. Eu fui operar no Rio de Janeiro, mas depois fiz todo o treinamento que pude. Fiz quatro horas de fisioterapia por dia, treinava chutes, boxe com uma só mão. Eu me mantive focado, mas chegou a hora em que tiveram de me cortar", disse ele. "Eu e o Patolino ainda temos de lutar. Se ele vencer, é claro que seria uma luta muito boa de se fazer no futuro."
O assédio e a visibilidade aumentaram com o TUF, mas Santiago não podia imaginar que a recepção de um "hermano" poderia ser tão boa. "Sinceramente, pensei que o preconceito seria muito maior. Mas foi muito bem tratado, ganhei muitos fãs. O país me conheceu, é algo incrível."
Confinamento e ensinamento de Minotauro
Santiago Ponzinibbio foi do Time Nogueira por todo o reality e, na segunda-feira, ganhou um caminhão de elogios de seu mestre, Minotauro, principalmente pela garra que mostra dentro do octógono.
"Para mim, é incrível escutar coisas assim do Minotauro. Sou fã dele, ele me escolheu em segundo lugar, sem nunca ter me visto, uma coisa dessas não tem preço", relembra Santiago. "Esse cara é demais, muito parceiro, humilde, você aprende como atleta e como pessoa."
Sobre o confinamento, ele destaca a falta de boas horas de sono como principal problema, já que os quartos da mansão do reality show não têm porta, há sempre luzes acesas e os colchões ainda foram avariados numa brincadeira logo no começo do programa.
"É complicado, você sai dali um superatleta, porque não é fácil. A convivência também é muito complicada. Mas valeu a pena. Conquistei muitas coisas positivas e é a isso que me agarro. Sou o primeiro argentino a passar pelo TUF, e agora também o primeiro a estar dentro do UFC. Vou lutar assim que puder", concluiu.
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